São Paulo – A Portaria 36, publicada nesta quarta-feira (10) no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, indica que a saída de Marta Suplicy da prefeitura não foi tão amigável como se divulgou ontem. O texto assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) não traz a expressão “a pedido”, como costuma ocorrer nesses casos. De qualquer forma, agora o caminho está aberto para que Marta volte ao PT, depois de quase nove anos, e entre como vice na chapa do deputado Guilherme Boulos (Psol) para concorrer à prefeitura paulistana em outubro.

Atualmente sem partido, Marta era secretária municipal de Relações Internacionais. Após as notícias envolvendo seu nome na chapa Psol-PT, foi chamada pelo prefeito para uma reunião ontem (9) à tarde, que oficializou sua saída da prefeitura. Nunes concorrerá à reeleição. Um dia antes, ela se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que coordena as articulações para montar a chapa. Será a primeira vez que o PT não terá um nome concorrendo na cidade de São Paulo.

O próprio Boulos ainda não conversou com Marta – deverá aguardar a filiação. Ele lembrou que seu partido fez um acordo político com o PT. “Portanto, é absolutamente natural que a vice da chapa seja indicada pelo PT, e esse debate está sendo feito”, afirmou ontem, durante evento que formalizou o apoio do PDT à sua candidatura. Mas ele elogiou a gestão de Marta, então no PT, à frente da prefeitura de São Paulo (2001-2004). E acrescentou que, além do debate sobre a cidade, é preciso compor uma frente democrática para enfrentar o bolsonarista Nunes.

Em carta encaminhada ao prefeito, Marta agradece e afirma que “o cenário político de nossa cidade prenuncia uma nova conjuntura”. Assim, prossegue, “seguirei caminhos coerentes com minha trajetória, princípios e valores que nortearam toda a minha vida pública”.