Encontro Nacional

‘Não existe candidato senão Dilma à presidência da República’, afirma Lula

Ex-presidente, líderes do PT e da base aliada discursaram em São Paulo com o objetivo de pôr um ponto final nas especulações sobre uma possível volta de Lula nas eleições deste ano

CC/Agência PT

Dilma e Lula durante encontro nacional do PT que confirmou a candidatura da presidenta para segundo mandato

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff foi aclamada na noite de ontem (2) por líderes do PT, militantes e delegados do partido como pré-candidata às eleições de outubro à sucessão presidencial. “Não existe candidato senão a Dilma à presidência da República”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 14º Encontro Nacional da legenda, realizado em São Paulo. Ele afirmou que estará mais comprometido na campanha de Dilma este ano do que nas eleições dele próprio, em 2002 e 2006, e em 2010, quando a presidenta foi eleita.

Nas última semanas cresceram as especulações de que haveria dentro do PT setores defendendo um movimento “volta, Lula”, pela retirada do nome de Dilma em favor da candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto. O discurso de Lula, de lideranças petistas e de partidos da base aliada presentes ao evento teve o objetivo de pôr um ponto final nessas especulações. “O encontro de hoje é para formalizar a presidenta Dilma como pré-candidata à presidência”, declarou o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Em seu discurso, Dilma manifestou confiança na eleição. “Nós vamos derrotá-los pela quarta vez”, afirmou. Ela elegeu a reforma política como tema principal de seu discurso. “Vou falar da reforma política porque é onde tudo começa. Estou convencida de que sem consulta popular não teremos a reforma. Essa nova campanha presidencial exige que se coloque a reforma política como algo estratégico e decisivo para o futuro do país.”

Lula fez duras críticas à imprensa, disse ser necessário “discutir com seriedade” a reforma do capítulo das comunicações da Constituição e defendeu o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT, José Genoino, presos no sistema prisional da Papuda, em Brasília. “[Os jornais] numa página recebem publicidade do governo, e na página seguinte esculhambam o governo do nosso país. Precisamos discutir com seriedade o marco regulador [das comunicações]. O principal partido de oposição a vossa excelência é a nossa gloriosa imprensa”, disse Lula, dirigindo-se a Dilma.

Ao falar de Dirceu e Genoino, voltou a criticar a mídia. “É um processo que parece uma coisa pessoal contra o Zé Dirceu e o Genoino. Enquanto todo dia tem uma notícia sobre os companheiros, o mensalão mineiro não se comenta. Quando faço crítica à imprensa, eles dizem que ‘Lula ataca a imprensa’. Quando eles me atacam, é crítica.”

O PT escalou Lula para defender a Petrobras no Encontro Nacional. Segundo ele, mais do que uma briga do partido, “a Petrobras é uma briga do povo brasileiro”.

Mais discreta, Dilma criticou veladamente a oposição e fez alusões à mídia e aos problemas de comunicação de seu governo. “Tem gente que acha melhor voltar ao passado. Não são muitos, mas têm amigos e falam muito. Nós somos muitos, e temos que falar muito mais.”

Base aliada

O Encontro Nacional realizado pelo PT foi prestigiado por líderes de vários partidos da base aliada de Dilma no Congresso Nacional, que dividiram lugares na mesa da cerimônia com petistas ilustres como os governadores Jaques Wagner (BA) e Tarso Genro (RS) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, entre outros.

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e Dilma trocaram caloroso abraço após o discurso do peemedebista enaltecendo as realizações do governo federal.

O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), os presidentes nacionais do PTB, Benito Gama, e do PCdoB, Renato Rabelo, também prestigiaram a “formalização” da pré-candidatura de Dilma Rousseff.

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