Ex-senador Luiz Estevão é acusado de usar time de futebol para lavar dinheiro

São Paulo – O Ministério Público Federal do Distrito Federal denunciou o empresário e ex-senador Luiz Estevão de Oliveira Neto por lavagem de dinheiro praticada entre 2001 e 2005. Luiz […]

São Paulo – O Ministério Público Federal do Distrito Federal denunciou o empresário e ex-senador Luiz Estevão de Oliveira Neto por lavagem de dinheiro praticada entre 2001 e 2005. Luiz Estevão que já foi condenado pela prática de peculato (desvio de recursos públicos), estelionato, corrupção ativa, uso de documento falso e quadrilha ou bando pela sua participação no chamado escândalo do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, em São Paulo, é acusado pelo MPF de utilizar contas bancárias do clube de futebol Brasiliense para ocultar e dissimular a propriedade e a movimentação de dinheiro oriundo de atividades criminosas praticadas por ele mesmo. A denúncia foi apresentada na quinta-feira da semana passada (8).

O inquérito policial instaurado em 2005 pelo MPF apurou que apesar da indisponibilidade dos bens do acusado e de diversas empresas ligados ao grupo OK, de sua propriedade, Luiz Estevão continuou aplicando grandes quantias na equipe de futebol do Brasiliense. Os indícios levaram à quebra do sigilo fiscal do empresário e do sigilo bancário da principal conta do clube, no período de 2001 a 2005. A investigação indicou que a maior parte dos valores movimentados na conta do clube referiam-se a créditos ou débitos relacionados a empresas do Grupo OK.

De acordo com nota do MPF, “a semelhança e a proximidade entre datas e valores de depósitos, saques e transferências comprova que a conta do Brasiliense foi utilizada como mera conta de passagem, com o principal propósito de dificultar o rastreamento do dinheiro desviado dos cofres públicos ou oriundo de outras atividades criminosas”.

Outro problema encontrado foi o fato de até mesmo pagamentos relacionados às atividades do clube foram motivo de depósito ou trasferência às empresas do Grupo OK. Jogadores ouvidos pelos investigadores afirmaram que os pagamentos mensais e as gratificações pelas vitórias e gols realizados – o “bicho”- eram recebidos em espécie. Eles também citaram que o time pertencia e era administrado pelo acusado..

A investigação culminou com a denúncia de Luiz Estevão por utilizar a conta bancária do Brasiliense para movimentar recursos entre suas empresas integrantes do Grupo OK, o que configura “conta de passagem”, que é utilizada por “‘lavadores” de dinheiro para dificultar o rastreamento dos recursos.