justiça seletiva

Universidade alemã recebe alerta sobre Moro, palestrante contra corrupção

Universidade de Heidelberg convidou juiz para palestra nesta sexta, mas foi alertada sobre seu real papel nesse tema, de 'paladino contra um partido'

lula marques/agpt

Estavam previstas manifestações contra o juiz Sérgio Moro, por sua atuação partidária

São Paulo – “Na Alemanha ninguém se pauta pela Rede Globo, então, o juiz Sérgio Moro vai encontrar um clima mais realista em torno da sua figura contraditória”, disse o colunista da Rádio Brasil Atual Flávio Aguiar. Moro participaria de uma palestra hoje (9) sobre corrupção, na Universidade de Heidelberg, e eram previstas manifestações de rejeição à sua presença.

Rejeição já apresentada por meio de cartas enviadas à universidade. “Já houve uma série de protestos em forma de documentos encaminhados aos anfitriões do encontro, professores, alertando sobre quem eles estavam convidando”, disse. “Claro, um alerta em termos, eles sabem quem é Moro, mas cartas foram escritas alertando que o juiz não é um paladino contra a corrupção, e sim um paladino contra um partido”, disse Flávio Aguiar.

“Moro é um perseguidor de um ex-presidente que cometeu uma série de violações na ordem jurídica dos processos. É possível traduzir essa situação como Estado de exceção. Juízes legislam, policiais e promotores julgam, juízes acusam e fazem suas próprias leis. A Constituição brasileira está retaliada”, afirmou Aguiar.

Flávio Aguiar disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que será votada em segundo turno terça-feira (13), é simbólica”. No mesmo dia, em 1968, o regime ditatorial civil-militar brasileiro (1964-1985) decretou o Ato Institucional Número 5 (AI-5), “um dos piores atos da história do Brasil”. “Uma lembrança horrível com uma comemoração digna. O AI-5 também suspendeu a Constituição, todas as garantias constitucionais. De certa forma, a PEC faz coisa parecida, suspende os direitos da Constituição de 88”, concluiu.

Ouça: