Trama golpista

Moraes concede liberdade provisória a Valdemar Costa Neto

Alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Bolsonaro, presidente do PL acabou preso por porte ilegal de arma e pepita de ouro sem origem comprovada.

YouTube/Reprodução
YouTube/Reprodução
Presidente do PL foi alvo de busca e apreensão, em operação que mira articulação de golpe de Bolsonaro

São Paulo – O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, obteve a liberdade provisória no início da noite deste sábado (10) e deve deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde está preso desde a quinta-feira (8). Na sexta-feira, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No entanto, após parecer da Procuradoria-Geral da República, o ministro decidiu pela soltura.

Na quinta-feira (8), Valdemar acabou preso na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que apura o envolvimento de Bolsonaro, de militares e de aliados na tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. Inicialmente alvo de mandado e busca e apreensão, Costa Neto foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.

Leia também: STF libera vídeo de reunião de teor golpista de Bolsonaro e seus ministros. Assista

Também foi encontrado em sua casa uma pepita de ouro, avaliada em R$ 12 mil. Segundo a PF, perícia preliminar indica que a origem seja o garimpo. Valdemar é sócio de um garimpeiro que é coordenador do movimento “Garimpo é legal”, no estado do Amazonas.

Os demais presos são o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins Garcia; o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, também ex-assessor especial; e o major Rafael Martins de Oliveira. Os três permanecem presos.

Minuta do golpe

Segundo as investigações, o grupo elaborou uma minuta de decreto que tinha como objetivo executar um golpe de Estado.

Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad, apontado como mentor intelectual da minuta, entregaram o documento a Bolsonaro em 2022. O texto previa as prisões dos ministros do Supremo Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e também do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além da realização de novas eleições.

Após receber o texto, Bolsonaro pediu mudanças e a retirada das prisões de Mendes e Pacheco do texto. Na nova versão, permaneceram a prisão de Moraes e a convocação de novas eleições.

*Matéria atualizada às 19h07

*Com Agência Brasil