Democracia

Metalúrgicos do ABC rememoram 60 anos do golpe com livro sobre a colaboração entre Volks e ditadura

Montadora fez acordo de reparação com o MPT. Trabalhadores investigam outras empresas. Sindicato também lançou documentário

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Frei Betto foi um dos participantes de ato que lembrou e repudiou o golpe de 1964

São Paulo – A colaboração de empresas com a ditadura, especificamente a Volkswagen, foi tema central de ato promovido ontem (4) pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Associação Heinrich Plagge. Essa entidade, que traz o nome de um ex-funcionário, reúne trabalhadores da montadora perseguidos durante o período de exceção. Quatro anos atrás, a empresa fez acordo em que reconhece suas ações. Movimentos tentam avançar na investigação sobre outras companhias.

Assim, o ato também teve o lançamento do livro Ditadura, a cumplicidade da Volkswagen e a resistência dos trabalhadores. O trabalho foi organizado pela associação e pelos jornalistas Rosana Gonçalves, Solange do Espírito Santo e Gonzaga do Monte. Além disso, foi promovida a estreia do documentário Metalúrgicos para a Democracia, do cineasta Camilo Tavares. Ele é o diretor do filme O dia que durou 21 anos, que retrata a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964.

“Não podemos, em nenhum momento, esquecer. Temos que lutar pela democracia todos os dias porque se não temos direitos, liberdade, conquistas, não temos uma sociedade justa e fraterna”, afirmou o presidente do sindicato, Moisés Selerges. Entre os convidados, estava o jornalista e escritor Frei Betto, que se disse emocionado. “A minha vida está misturada com toda essa história de lutas.”

O presidente da associação, Tarcísio Tadeu Garcia Pereira, disse que a perseguição e a tortura sempre estiveram acompanhadas da corrupção. “E nós só temos uma saída. É a nossa luta permanente pela democracia e pelo Estado democrático de direito.”


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