ELEIÇÕES

Lula se reunirá com Márcio França para debater candidato ao governo de São Paulo

Expectativa é que conversa encerre discordâncias e decida nome que concorrerá no estado

RICARDO STUCKERT/MARCOS CORREA
RICARDO STUCKERT/MARCOS CORREA
A ideia é unir todos em torno de um lema: “a democracia contra o que não é democracia", disse França

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP) devem se reunir, nesta terça (22), para debater as divergências entre PT e PSB em torno da disputa pelo governo de São Paulo. Os dois partidos discutem a formação de uma federação no plano nacional.

De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, a expectativa é que a conversa entre Lula e Márcio França encerre as discordâncias e feche um acordo para o nome que concorrerá ao cargo. O ex-presidente já defendeu publicamente a candidatura ex-prefeito Fernando Haddad, que lidera as pesquisas eleitorais para o governo de São Paulo.

O texto da jornalista diz ainda que petistas afirmam que, quando as conversas começaram, Márcio França teria concordado em concorrer ao Senado, abrindo espaço para Haddad ser o candidato a governador. Segundo Bergamo, o PT, no entanto, não aceita submeter a decisão de lançar Haddad a pesquisas e afirma que a candidatura dele está sacramentada.

Caso a federação entre os dois partidos seja confirmada, as legendas precisam lançar um único nome ao pleito. Na eleição nacional, por exemplo, o PSB abrigaria o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para que ele fosse candidato a vice de Lula.

Entrevista de Lula

O ex-presidente Lula afirmou, durante entrevista na manhã de hoje, à Rádio Passos FM, que Jair Bolsonaro (PL) entregou o comando do país e do orçamento ao “centrão”, bloco político que compõe a base de apoio do governo no Congresso Nacional. “É uma coisa inédita na história da República o presidente não ter o controle do Orçamento”, disse Lula. 

O petista também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) idealizada por Jair Bolsonaro, que visa acabar com os impostos sobre combustíveis, considerada por especialistas uma bomba fiscal. Lula lembrou que, durante os governos anteriores, o preço da gasolina nunca foi tão alto e a solução para o problema é outra. “Eu fui presidente durante oito anos e sempre mantivemos o preço acessível para os brasileiros. Não existe razão econômica e técnica para a Petobras internacionalizar o preço dos combustíveis, além de apenas atender os interesses dos acionistas. A PEC tira dinheiro que seria investido no Brasil”, afirmou ele, prometendo mudar a política de preços da Petrobras.

O ex-presidente Lula novamente se disse “totalmente contra” a venda da Eletrobras. Ele ressaltou que a empresa, além de garantir empregos e o fornecimento de energia elétrica para a população brasileira, garante que a conta de luz não aumente de maneira desordenada. “Não há nenhuma necessidade de vender um patrimônio que foi construído pelo povo brasileiro e com dinheiro do povo brasileiro, e uma empresa que pode ser a reguladora do sistema elétrico do país, não permitir o abuso dos aumentos da energia que estamos vivendo hoje no Brasil. Por isso sou contra a privatização da Eletrobras”, argumentou.