Jornal diz que Bolsonaro deu entrada em hospital com dores abdominais, mas Michelle e aliados negam
Segundo o ‘Estadão’, o presidente derrotado sentiu fortes dores na região abdominal e desde ontem à noite realiza exames no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Auxiliares dizem, porém, que Bolsonaro está se recuperando de feridas nas pernas
Publicado 18/11/2022 - 12h47
São Paulo – A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais nesta sexta-feira (18) para negar que o atual presidente da República tenha dado entrada no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, na manhã de hoje. Segundo o veículo, Bolsonaro precisou ser internado para exames na noite de ontem (17) após sentir fortes dores abdominais.
Na publicação, o Estadão afirmou que as informações foram confirmadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O diagnóstico atual seria nova hérnia na cicatriz da cirurgia que o presidente derrotado foi submetido, ainda em setembro de 2018, após o episódio da facada em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro chegou a ser operado novamente em 2019 e há a possibilidade, segundo o jornal, de que uma nova cirurgia seja necessária. O mandatário, no entanto, não teria a pretensão de passar por novo procedimento, mas o quadro ainda está em avaliação.
Em sua conta no Instagram, porém, Michelle afirmou que a notícia seria uma “mentira” e criticou a reprodução da reportagem. O ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto publicou vídeo em suas redes sociais afirmando que o presidente está bem. ‘Acabei de ter uma agenda com Bolsonaro. Essa notícia de que ele foi internado é fake”. Ao portal UOL, auxiliares do presidente também disseram que ele estaria se recuperando de feridas nas pernas.
Não procede a informação que nosso Presidente foi internado.
— Gilson Machado Neto (@gilsonmachadont) November 18, 2022
Acabo de ter agenda oficial com ele.
Não parou de trabalhar 1 só dia. pic.twitter.com/iDEVbqzry4
A causa do sumiço, segundo aliados
Desde que perdeu as eleições para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro vive uma rotina de reclusão. O mandatário chegou a fazer declarações curtas após pressão de aliados, mas, passadas três semanas da derrota, ele segue com uma agenda enxuta de compromissos oficiais, além de ter reduzido o número de postagens em suas redes sociais.
Seus aliados, no entanto, vêm reproduzindo a informação de que ele teria se machucado e desenvolvido erisipela, a infecção responsável pelas feridas na perna e por isso seu “sumiço”. Eles ainda afirmam que Bolsonaro estaria se recuperando para voltar a despachar presencialmente na próxima semana. O deputado federal eleito e ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro Mário Frias (PL) também negou a informação de que o mandatário teria sido internado. “Vamos ter um pouco de cuidado ao disseminar certas notícias”, escreveu.
A jornalista Andréia Sadi da GloboNews, publicou em seu blog no portal g1 nesta sexta que, nos bastidores, além da dor na perna causada pela inflamação, o recolhimento de Bolsonaro também é atribuído pelo núcleo mais próximo dele a inconformismo por ter perdido e à preocupação crescente com seu futuro e o dos aliados na Justiça.
Segundo a reportagem, o mandatário tinha convicção de que ganharia a eleição e não se preparou para um mundo sem foro privilegiado. Ele deve, no entanto, continuar reproduzindo a versão de que foi “injustiçado”, mesmo a narrativa tendo perdido força entre seus próprios aliados, que avaliam que o argumento coloca todas as eleições de bolsonaristas em suspeição.
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