Clima hostil

Haddad relata ‘ameaças explícitas’ e cancela agenda no interior de São Paulo

Áudio registrado em boletim de ocorrência sugere que “o pessoal do Bolsonaro” hostilizasse Haddad em visita a Presidente Prudente. Campanha de Haddad fala em outras ameaças

Diogo Zacarias
Diogo Zacarias
Ministro da Educação nos dois mandatos de Lula, Haddad tem apoio de acadêmicos e ex-reitores, que rejeitam bolsonarista Tarcísio

São Paulo – O candidato a governador pela coligação Juntos por São Paulo, Fernando Haddad (PT), cancelou, por motivos de segurança, uma agenda de campanha em Presidente Prudente, no interior do estado, que ocorreria na manhã de quarta-feira (7). De acordo com sua equipe, ele tomou a decisão após tomar conhecimento de “ameaças explícitas”.

“O cancelamento se deveu ao fato de que, na manhã desta terça-feira (6), a coordenação tomou conhecimento de mensagens veiculadas em grupos de WhatsApp da região com ameaças explícitas à passagem do candidato na cidade”, informou a campanha de Haddad.

O candidato concederia entrevista ao vivo para a TV Fronteira, afiliada da Rede Globo, às 11h45, como parte de uma rodada de sabatinas pelo interior. “Diante das ameaças, que colocavam em risco inclusive a integridade da equipe, a coordenação optou por declinar do convite da emissora, mas se colocou à disposição para encontrar uma solução desde que a segurança do candidato esteja garantida”, diz a nota da equipe.

A coordenação da campanha disse ainda que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Além disso, também enviou ofício ao 18º Batalhão da Polícia Militar de Presidente Prudente, solicitando providências.

Hostilidade

O portal UOL teve acesso a uma das mensagens enviadas anonimamente à campanha que foi registrada no boletim. O remetente, não identificado, sugere que “o Ricardo tinha que pegar o pessoal do Bolsonaro e hostilizar ele. (…) Ia ser muito legal esse Haddad ser hostilizado amanhã.” A campanha de Haddad, no entanto, diz que as ameaças “não se limitam ao áudio transcrito”.

Haddad lidera

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na semana passada indica que Haddad lidera a disputa pelo governo de São Paulo, com 35%. Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparece em segundo lugar, com 21%. Em terceiro, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), tem 15%. No segundo turno, o petista venceria Tarcísio com 15 pontos de diferença. Contra Garcia, Haddad também ganharia, com 10 pontos à frente.