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Perto do colapso, governadores pedem pacto nacional contra a pandemia

Eles sugerem criação de um comitê para conduzir ações em conjunto, com participação dos três poderes

Raphael Alves/Amazônia Real
Raphael Alves/Amazônia Real
Apenas seis governadores não assinaram a carta: Claudio Castro (Rio de Janeiro), Carlos Moisés (Santa Catarina), Ratinho Junior (Paraná), Antonio Denarium (Roraima), Marcos Rocha (Rondônia)e Wilson Lima (Amazonas)

São Paulo – Expansão da vacinação, intensificar as medidas restritivas e apoio aos Estados para ampliação de leitos, esses são os três pilares defendidos por 22 governadores, por meio de uma proposta de “pacto nacional” pela vida e pela saúde. O documento, divulgado ontem (10), é feito no momento mais grave da pandemia no Brasil, com recordes de mortes.

No “pacto nacional”, os governadores sugerem a criação de um comitê gestor para conduzir as ações referentes ao enfrentamento da pandemia. O grupo teria a participação de membros dos três poderes e de todos os níveis da federação, além da assessoria de uma comissão de especialistas.

“O coronavírus é hoje o maior adversário da nossa Nação. Precisamos evitar o total colapso dos sistemas hospitalares em todo o Brasil e melhorar o combate à pandemia. Só assim a nossa Pátria poderá encontrar um caminho de crescimento e de geração de empregos”, diz o documento.

Apenas seis governadores não assinaram a carta: Claudio Castro (Rio de Janeiro), Carlos Moisés (Santa Catarina), Ratinho Junior (Paraná), Antonio Denarium (Roraima), Marcos Rocha (Rondônia) e Wilson Lima (Amazonas). Todos são mais próximos do presidente Jair Bolsonaro.

Colapso da saúde

O pacto nacional é resultado de reunião realizada em 12 de fevereiro, em que estavam presentes, além dos governadores, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Os governadores pediram que o Congresso assuma a linha de frente da coordenação da crise de covid-19, alegando omissão e negação por parte do presidente Bolsonaro.

No documento, eles reforçam a necessidade de apoio às medidas de restrição para conter o avanço do vírus. “Há limites objetivos à expansão de leitos hospitalares, tendo em vista escassez de insumos e de recursos humanos. Dessa forma, as medidas preventivas protegem as famílias, salvam vidas e asseguram viabilidade aos sistemas hospitalares. Medidas como o uso de máscaras e desestímulo a aglomerações têm sido usadas com sucesso na imensa maioria dos países, de todos os continentes”, defendem.

A pandemia de covid-19 completa um ano nesta quinta-feira (11). Ontem, pela primeira vez, o Brasil superou as 2 mil mortes em um dia: foram 2.286 mortos em 24 horas. Com isso, o país também ultrapassou a marca dos 270 mil mortos, chegando a 270.656.

A quarta-feira também foi marcada por um grande número de novos casos: 79.876. Desde o início do surto no país, 11.202.305 brasileiros já ficaram doentes pela covid-19. Este é, com folga, o pior momento da pandemia no país. A média de mortes diárias, calculada em sete dias, está em 1.626, e a de casos, em 69.096.