São Paulo – O governador de São Paulo, Alberto Goldman, confirmou nesta sexta-feira (22) que alertou o antecessor, José Serra, sobre declarações dadas por Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa. Circulavam informações de que Goldman havia feito o aviso em relação às denúncias de desvios na campanha de Serra à Presidência da República, mas o governador paulista alega que o aviso dizia respeito a outros temas.

O alerta foi dado em novembro do ano passado, após declarações do ex-diretor, conhecido como Paulo Preto, sobre a queda de vigas do Rodoanel, defendido como a principal obra da gestão Serra em São Paulo. Na ocasião, Goldman teria enviado emails ao governador reclamando do tom “arrogante” e “vaidoso” utilizado por Paulo Preto no trato com a imprensa.

Em entrevista dada à Rádio Bandeirantes de São José dos Campos, o atual governador afirmou que a reclamação se deu apenas em torno dessa questão, e não pela denúncia de corrupção que agora atinge o governo do PSDB. “Eu disse: ‘Olha, esse sujeito, precisa mandar ele cuidar. Vocês cuidem a forma pela qual esse cara fala pela imprensa porque não é assim que o sujeito pode falar’. Ele tinha até razão nas críticas, só que não pode chegar lá e responder daquela forma”, ponderou Goldman, que demitiu Paulo Preto logo após assumir o cargo no lugar de Serra.

O ex-diretor foi apontado pela revista IstoÉ como arrecadador de dinheiro para a campanha de Serra. Articulador das obras do Rodoanel e da expansão da Marginal do Rio Tietê, o ex-diretor teria levantado, de maneira ilegal, R$ 4 milhões para a campanha tucana à Presidência.

O candidato, quando questionado pela primeira vez a respeito, negou conhecer Paulo. Mas o tom mudou após a publicação de uma foto em que os dois aparecem juntos e da divulgação de uma entrevista em que o ex-diretor fez ameaças a Serra, afirmando que “não se abandona um líder ferido na estrada”. Então, o ex-governador afirmou que as acusações contra Paulo são injustas e que se trata de alguém “totalmente inocente”.