São Paulo – Os empresários de São Paulo foram apresentados a um dos nomes do time econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o ex-banqueiro e economista Gabriel Galípolo, que presidiu o Banco Fator de 2017 a 2021. As informações foram publicadas pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Nessa segunda-feira (4), Galípolo acompanhou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, a um jantar com empresários e banqueiros em São Paulo, promovido pelo grupo Esfera. O encontro foi restrito, com poucos convidados e sem a presença da imprensa. Entre os presentes estavam os empresários Abilio Diniz, do Carrefour, Candido Pinheiro, da Hapvida, Florian Bartunek, do Costelattion, e Rafael Furlanetti, da XP.

No jantar com empresários, Gleisi disse que, se eleito, Lula deverá rever a reforma trabalhista e não será favorável às privatizações. Ela também defendeu uma maior flexibilização do Teto de Gastos para investimentos sociais. De acordo com a jornalista Mônica Scaramuzzo, do Valor, o discurso não assustou os presentes. “Hoffmann argumentou que a reforma trabalhista não diminuiu o desemprego e precisa ter alguns pontos revistos. A presidente do PT também afirmou que não é intenção de Lula congelar os preços da gasolina. Segundo ela, o partido defende ‘a suavização do impacto’ nos preços do combustível”, relatou.

Quem é Gabriel Galípolo

Formado pela PUC-SP, Gabriel Galípolo já deu aula na mesma faculdade e, antes de comandar o Fator, foi sócio do economista Luiz Gonzaga Belluzzo em uma consultoria. O jovem economista tem sido colocado como trunfo de Lula na relação com o mercado financeiro. “Aqui hoje a gente tem um banqueiro que já não é mais banqueiro e que está do nosso lado nessa briga para reconstruir a democracia”, disse Lula, no final do ano passado, durante o Natal dos Catadores de Recicláveis, em referência a Galípolo.

Em declarações anteriores, o economista já se disse favorável ao que chama de “uma nova visita” à reforma trabalhista e também já defendeu que haja uma abertura em relação ao teto de gastos. Segundo ele, a regra não faz uma “diferenciação qualitativa” das despesas do governo, colocando todas sob a mesma régua. E fazendo com que investimentos em infraestrutura, por exemplo, não cubram “nem a depreciação”.

Na semana passada, Gabriel Galípolo também assinou um artigo, junto com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) em defesa da criação de uma moeda única para a América do Sul. “Sustentamos que a criação de uma moeda pode impulsionar a integração regional, marcada por lentidão, e fortalecer a soberania dos países da América do Sul, que enfrentam limitações decorrentes da fragilidade de suas moedas”, disse o petista.