Brasília – O ex-deputado José Genoino (PT-SP) se entregou na tarde de hoje (1º) e está de volta ao presídio da Papuda, em Brasília. Ele acatou a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que o mandou novamente para o regime fechado, a despeito do clamor de familiares para que pudesse tratar, em prisão domiciliar, de uma cardiopatia.

Barbosa determinou ontem (30) o prazo de 24 horas para que Genoino voltasse à prisão para cumprir a pena de quatro anos e oito meses em regime semiaberto, definida na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Desde novembro do ano passado, o ex-deputado estava em prisão domiciliar temporária.

Segundo o presidente do STF, a volta para o presídio está embasada em dois laudos feitos por uma junta médica que concluiu que o “quadro clínico do condenado não apresenta a gravidade alegada”. Na decisão, Barbosa também destacou que o ex-deputado poderá ser acompanhado pelos médicos de sua escolha e terá garantia de atendimento.

Na defesa apresentada antes da decisão do presidente do Supremo, o advogado Luiz Fernando Pacheco defendeu que Genoino cumprisse prisão domiciliar definitiva. De acordo com o advogado, “Genoino é portador de cardiopatia grave e não tem condições de cumprir a pena em um presídio por ser paciente idoso, vítima de dissecção da aorta”. Ele  afirma, também, que “o sistema penitenciário não tem condições de oferecer tratamento médico adequado”.

Na volta ao presídio, Genoino contou com a solidariedade de militantes do PT, que o aguardavam aos gritos de “Genoino, guerreiro, do povo brasileiro”. Nesta manhã, a filha do ex-deputado, Miruna Genoino, divulgou uma nota a respeito da situação da família e repudiando a postura do STF e da mídia no caso. Leia a íntegra:

“Graças a médicos muito bem escolhidos por sua ideologia e a uma mídia que chega ao ponto de se regozijar com uma pessoa doente ter de ir a um presídio, meu pai passará o seu aniversário na Papuda. Dia 3 de maio, meu pai faz aniversário. Estará apenas do lado do seu companheiro José Dirceu. E estará com a vida em risco, graças à criminalização da política criada para calar aqueles que somente lutaram por projetos e ideias, nunca por dinheiro. Já não tenho coração. Já não tenho lágrimas. Já não tenho grito. Já não tenho alma. E aqui estou. Porque tenho dois filhos que são pequenos demais para viver na própria pele a injustiça da vida. Eu só posso pedir a vocês que rezem, acho que nem pelo meu pai não, porque ele está forte e sua luz é eterna, mas rezem por essa pessoa que decide a desgraça alheia. Rezem pela Globo. Rezem pela Folha. Rezem pela Veja. Eu tenho certeza de que eles todos precisam de orações para que um dia sejam capazes de ver o que estão fazendo com um ser humano e toda sua família. Que eu tenha forças para continuar respirando.”

Com informações da Agência Brasil e Brasil 247