Eleição em SP

‘Eu quero fazer uma reforma da educação paulista’, diz Haddad

Reunião na noite desta quinta deve definir o nome para ocupar o posto de vice na chapa para disputa pelo governo de São Paulo, afirmou o petista

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"Para Bolsonaro, 670 mil brasileiros a mais ou a menos tanto faz", disse ex-prefeito sobre postura do presidente na pandemia

São Paulo – “A ampla coalizão que vai de Guilherme Boulos, passa por Marina (Silva), pelo Márcio (França) e chega no Alckmin, dá segurança para a família paulista de que vamos fazer um grande governo.” A afirmação é do candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, Fernando Haddad. O ex-prefeito da capital e ex-ministro da Educação concedeu entrevista ao programa Café da Manhã, na TV Cultura Litoral, nesta quinta-feira (4). Ao avaliar a importância da disputa, considera a chance de mudar o estado “pela primeira vez em 522 anos”.

Fernando Haddad considera a ampliação do eleitorado histórico pela frente democrática deste ano pode somar votos do eleitorado paulista mais conservador e viabilizar sua eleição. Questionado sobre quem ocupará o posto de vice, informou que a decisão deve ser tomada na noite de hoje.

Haddad admitiu que a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) era a preferida. Mas ela anunciou na semana passada que será candidata a deputada federal por São Paulo. A médica Marianne Pinotti (PSB) é cotada. A professora Lúcia França – esposa do ex-governador Márcio França (PSB), candidato da chapa ao Senado –  também foi ventilada. Nas últimas horas, surgiu a informação de conversas com o PDT.

Nesta sexta (5) termina o prazo das convenções dos partidos e federações para decidir sobre coligações e escolha de candidatos a presidente e vice, governador e vice-governador, assim como demais candidatos ao Legislativo.

Educação como prioridade

Na entrevista, Haddad disse que a educação será prioridade de seu eventual governo. “Eu quero fazer uma reforma da educação paulista, dar um choque de qualidade, credibilidade, de valorização do magistério”, afirmou. O ex-prefeito disse ser amigo de Gabriel Chalita, que foi, segundo ele, “um grande secretário de Educação do Alckmin”. “Depois as coisas se perderam no estado. Doria e (o atual governador) Rodrigo Garcia (PSDB) estão abaixo da crítica. Nunca o estado precisou tanto de educador”, afirmou.

O petista mencionou que Rodrigo Garcia “aumentou o IPVA em 30% de um ano para outro, confiscou o salário dos professores, durante a pandemia, num momento em que mais precisávamos do magistério”. Ele continuou as críticas ao atual governador tucano dizendo que, após quatro anos da gestão de João Doria e o sucessor Garcia, este agora “promete as mesmas obras” de 2018.

Os pedágios das rodovias

A questão dos pedágios é sintomática do governo tucano, disse Haddad. O governador está prorrogando contrato de concessão sem desconto nos pedágios. Segundo o petista, no mundo inteiro a primeira concessão é cara porque exige investimento, mas depois, com  investimentos realizados, a prorrogação é feita mediante diminuição das tarifas.

Ele criticou também o candidato de Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “esse imigrante que está chegando em São Paulo agora”. Denúncia do jornal Folha de S.Paulo mostrou que Tarcísio não mora no imóvel indicado à Justiça Eleitoral em São José dos Campos, o que seria investigado pela Polícia Federal.

Fernando Haddad destacou que o candidato bolsonarista quer tirar as câmeras do uniforme dos policiais, medida fez cair a letalidade das ações policiais em 80%. “Pode ser um detalhe, mas se salva uma vida é um detalhe importante. Para Bolsonaro, 670 mil brasileiros a mais ou a menos tanto faz. Para mim, uma vida importa”, afirmou o ex-prefeito sobre o desapreço manifestado por Bolsonaro pelas vidas perdidas para a covid-19 no país.

O petista acrescentou que está lutando contra duas máquinas poderosas. Segundo ele, a máquina do governo paulista promoveu uma “ação de cooptação” de prefeitos, usando o dinheiro do estado “para fazer convênios de última hora e levar prefeitos do PSDB para votar em Doria na disputa com Eduardo Leite” (para a indicação da candidatura à Presidência). “O governo federal tem a máquina poderosa do orçamento secreto. Temos orçamento secreto do estado, com prefeitos, e orçamento secreto (federal), com deputados federais”, disse o ex-prefeito.