Feliciano afirma que comissão era ‘vazia de projetos’ e volta a fechar portas

Pastor quebra acordo firmado na véspera com líderes partidários de voltar a realizar encontros a portas abertas e irrita manifestantes e parlamentares

Após novo protesto, Feliciano tornou a vetar o acesso de manifestantes à reunião (Foto: Luis Macedo. Agência Câmara)

São Paulo – Apesar do acordo firmado na véspera com líderes partidários, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) voltou a fechar as portas da reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara hoje (10) após protestos contra e a favor de sua permanência na presidência do colegiado. 

Depois de transferir o lugar do encontro, Feliciano voltou a prometer portas abertas nas próximas sessões. O deputado, cercado de parlamentares, assessores e profissionais da imprensa, declarou que vai solicitar vai solicitar ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que mais projetos sejam analisados na comissão que, segundo ele, no último ano apreciou apenas sete propostas. Na visão dele, o colegiado é “vazio de projetos”. “Nós temos meia dúzia de projetos, a maioria deles extremamente polêmicos que, neste momento, só criariam uma celeuma aqui. E a Comissão de Direitos Humanos precisa ter projetos de integridade à sociedade”, afirmou o parlamentar.

O acesso ao corredor dos plenários do Anexo 2 da Câmara foi fechado por seguranças da Casa e a entrada para a Comissão de Direitos Humanos só podia ser feita por um acesso secundário. O aparato irritou o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ).

“É o fim da picada. Este homem não tem qualificação democrática mínima para dirigir qualquer trabalho. Entrar normalmente pela porta, os seguranças disseram não pode entrar aqui. Tem que dar a volta pelo lado de lá. Ora, eu nuca vi isso. não aceito desrespeito ao meu mandato.”

No início tumultuado da sessão, a deputada Erika Kokay (PT-DF) também se irritou porque não lhe foi dada a palavra, mas no decorrer das votações dos requerimentos ela pode se manifestar e declarar a obstrução do Partido dos Trabalhadores.

Entre os requerimentos aprovados nesta quarta estão a realização de diligência para que integrantes da comissão possam ver de perto a situação dos assentados em terras indígenas no Pará; pedido de esclarecimentos sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes no Acre; realização de audiência para discutir a violência contra a criança indígena; e diligência para verificar a situação de familiares que acompanham pacientes do Hospital do Câncer de Barretos, em São Paulo.

Com informações da Agência Câmara.