Ex-assessora não participou do esquema de venda de pareceres, diz PF

Delegado Roberto Troncon, responsável pela Operação Porto Seguro, afirma que investigação sobre Rosemary Noronha se dá por outros motivos

São Paulo – O superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, delegado Roberto Ciciliati Troncon, disse hoje (4) que a decisão de não interceptar as ligações telefônicas e os e-mails de Rosemary de Noronha, durante a Operação Porto Seguro, foi tomada pelo fato de que ela não tinha interferência no objeto principal de investigação: o esquema de venda de pareceres de órgãos públicos em benefício de empresas.

Noronha, que era chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, acabou indiciada por suspeita de tráfico de influência. Ela foi exonerada após a deflagração da operação. Troncon e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participaram hoje de audiência na Câmara dos Deputados para esclarecer detalhes das operações Porto Seguro e Durkheim.

Ele foram questionados pela oposição sobre a ausência de interceptações nos telefones da ex-assessora.

“O primeiro passo foi investigar a veracidade da notícia-crime apresentada pelo ex-auditor do Tribunal de Contas da União”, afirmou Troncon. Cyron Borges denunciou ter recebido uma oferta de R$ 300 mil para emitir parecer técnico do TCU favorável à empresa Tecondi, que arrenda uma área da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) no porto de Santos desde 1998. O TCU acusava a empresa de fraudar licitações.

“Uma vez comprovada essa notícia-crime e com autorização judicial, passou-se a investigar os fatos. Durante a investigação, apesar de a senhora Rosemary aparecer em interceptações telefônicas, essas ligações remetiam a outras condutas ilícitas e não ao objeto investigado”, explicou Troncon, acrescentando que nenhuma das conversas foi apagada e todas serão encaminhadas à Justiça.

Com informações da Agência Câmara