São Paulo – Durante ato de campanha hoje (15) pela região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo, Fernando Haddad (PT) afirmou que seu compromisso é tomar todas as providências que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) não tomou “para que as ações do Ministério da Educação cheguem a São Paulo”. “O Kassab prometeu para o presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] e para o padre Ticão, duas lideranças, uma da cidade, outra do país, a desapropriação de um terreno na zona leste para a instalação de uma universidade federal. Até hoje estamos aguardando. Faz um ano e meio que lançamos a ideia de trazer uma escola técnica federal para a zona norte. Estamos esperando a desapropriação [de terrenos], e ele não toma providências. Também estamos aguardando a desapropriação de 172 terrenos para a construção de creches e ele não toma providências. Queremos trazer 31 polos da Universidade Aberta do Brasil para a formação de professores e ele não toma providências”, disse. 

“Nós temos indicadores de qualidade inferiores ao de uma cidade pobre como Teresina [capital do Piauí]. Teresina tem uma fração dos recursos que São Paulo tem para a educação e, não obstante, tem indicadores de qualidade superiores aos nossos. Não é razoável isso acontecer”, disse o petista. 

Haddad afirmou “não estar tão preocupado assim com Serra”, candidato do PSDB e seu adversário no segundo turno da eleição paulistana, e garantiu que seu programa eleitoral na televisão vai priorizar a apresentação de propostas para a cidade e não ataques pessoais, em resposta à exploração do tema do julgamento do mensalão e do kit anti-homofobia por Serra. 

Durante conversas com ambulantes, ele garantiu que irá disciplinar o trabalho de rua garantindo espaço para os camelôs e os pedestres sem prejudicar o comércio lojista. “Tem espaço na cidade, sobretudo se você organizar o espaço.” Haddad afirmou que irá fazer um projeto de requalificação da região de comércio popular, melhorando calçamento, iluminação e criando bolsões de estacionamento. 

O candidato também respondeu perguntas sobre políticas para pessoas em situação de rua. Afirmou que há vários tipos de perfis de pessoas nessa condição e que para cada um é preciso desenvolver uma solução com interlocução em várias secretarias. Ele criticou a atuação da Guarda Civil Metropolitana. “Ou você transforma a Guarda Civil em uma polícia comunitária ou vai transformá-la, como ocorre hoje, em uma polícia simplesmente repressiva que usa jato de água e gás de pimenta para tratar esse pessoal.”