Diretor afastado do Dnit dá ‘depoimento técnico’ e decepciona oposição

Ao responder questionamentos de senadores, Luiz Antônio Pagot limitou-se a explicar como funciona o departamento e rechaçou irregularidades e superfaturamentos nas obras de infraestrutura

Luiz Antônio Pagot diz ser normal as obras terem seus valores elevados durante a execução (Foto: Marcia Kalume\ Ag. Senado)

São Paulo – O diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, foi ao Senado, nesta terça-feira (12), atendendo a convite dos parlamentares para explicar as denúncias de superfaturamento em obras de infraestrutura durante sua gestão. O depoimento começou por volta das 8h30 da manhã.

O Dnit é o principal órgão executor do Ministério dos Transportes, responsável pela construção, manutenção e operação das obras.

Questionado pela oposição, que a todo momento levantava supostas irregularidades no Dnit e no governo, Pagot adotou explicações técnicas em suas respostas e refutou qualquer prática ilegal no departamento e nas relações com o governo, decepcionando aqueles que esperavam revelações bombásticas.

O diretor resumiu que eventuais mudanças nos valores iniciais das obras são comuns durante a operação e não significam que houve superfaturamento. Por trabalhar majoritariamente com a construção de estradas, Pagot afirma que “muitas vezes, para melhorar a performance das estradas, fazemos as alterações necessárias, que acabam encarecendo as obras.”

“O ideal é só licitar obras com projeto executivo pronto, mas muitas vezes isso é feito apenas com projeto básico. Entre esses dois, são identificados problemas diversos, e nesse caso temos que fazer os aditivos de obra”, explica o diretor, que ainda reclamou da baixa quantidade de fiscais do Dnit acompanhando as obras que ocorrem simultaneamente no Brasil inteiro.

“Irregularidades, se houve, se deu pela falta de fiscais no Dnit”, observou Pagot, dividindo a responsabilidade de controle com o Tribunal de Contas da União. “Quando passa alguma coisa, se passa, o TCU e os demais órgãos fiscalizadores vão perceber e punir lá na frente”, assegurou.

Senadores da oposição ainda questionaram o diretor sobre sua relação com membros do governo. Pagot confirmou seu bom relacionamento com o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e com o ministro da Comunicação Social, Paulo Bernardo, negando novamente qualquer favorecimento ilícito ou irregularidade.

Novo ministro

Acusado de participar de esquemas de corrupção dentro do Ministério dos Transportes, o ex-ministro Alfredo Nascimento deu lugar ao novo ministro Paulo Sérgio Passos, que aceitou o convite feito pela presidenta Dilma Rousseff para substituir Nascimento na pasta.

Passos já havia ocupado o cargo no governo Lula e terá seu nome publicado no Diário Oficial da União ainda nesta terça-feira (12). A cerimônia de posse será na quarta-feira (13).

Mais informações em breve.