Dilma: ‘Com submarino, Brasil fica mais perto do Conselho de Segurança da ONU’

Em evento de inauguração de Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, onde será fabricado primeiro submarino brasileiro, presidenta ressaltou fortalecimento da indústria de defesa

Brasil terá produção nacional de submarinos, um deles terá propulsão nuclear (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A presidente Dilma Roussef disse hoje (1º) que é preciso garantir a soberania do Brasil de forma pacífica e preventiva. Na inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), no complexo naval de Itaguaí (RJ), onde será fabricado o primeiro submarino de propulsão nuclear do país e outros quatro convencionais, a presidenta afirmou que o “Brasil tem o mérito de ser pacífico, de ter boas relações com os países vizinhos”. 

A presidenta ressaltou, porém, a importância de uma indústria de defesa fortalecida no país. “Todos temos consciência de que o mundo é complexo. O Brasil tem características muito específicas, não temos disputas bélicas. Mas isso não nos livra de ter uma indústria de defesa para garantirmos nossa soberania e nos inserirmos de forma pacífica, dissuasória e preventiva no cenário Internacional.”

A afirmação do Brasil como nação soberana também na produção de tecnologia foi ressaltada por Dilma. “Somos cada vez mais considerados no cenário internacional. O conteúdo nacional do que é produzido mostra a pujança da capacidade brasileira, tanto da empresa que constrói, e da Marinha, que o concebe.”

“Acredito que nós podemos afirmar com orgulho que o programa de desenvolvimento de submarinos é uma realidade”, disse Dilma, indicando que a construção de um submarino nuclear coloca o Brasil mais próximo de alcançar o objetivo de conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, um grupo ao qual o país aspira se juntar.

“Podemos dizer que, de fato, com ela nós entramos no seleto grupo que é aquele dos integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, únicas nações que têm acesso ao submarino nuclear, Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia”, disse Dilma.

A inauguração da Ufem faz parte da execução do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), iniciado pela Marinha em 2008, resultado de uma parceria entre o Brasil e a França. O programa prevê a transferência de tecnologia e a formação de consórcios entre empresas de dois países, visando a capacitação de profissionais.

A DCNS, empresa francesa contratada para transferência de tecnologia, formou com a construtora brasileira Odebrecht o Consórcio Baía de Sepetiba, que, além da Ufem, é responsável pela construção de um estaleiro, para fabricar os submarinos, e uma base naval, para apoiá-los.

Dilma afirmou que a tecnologia produzida pela indústria da defesa pode ser difundida para outros setores de produção nacional. “Uma indústria da defesa é sobretudo do conhecimento, tem um poder imenso de difundir tecnologia. Difunde tecnologia muito focada e centrada num ponto e permite que generalizemos essa difusão por toda a cadeia produtiva.”

A parceria com a iniciativa privada foi lembrada pela presidenta como responsável pela realização do empreendimento e pela geração de empregos e renda que este gerou. “Cumprimento a empresa construtora, Odebrecht, pela grandiosidade, qualidade e rapidez da construção. Também é fato que milhares de empresas privadas forneceram equipamentos, bens e serviços, para que se isso se tornasse realidade.”

Por fim, Dilma ressaltou o “duplo papel” que o país tem a função de desempenhar. “Do desenvolvimento científico e tecnológico, gerador de emprego e renda, e, ao mesmo tempo, sermos capazes de lidar com a superação e eliminação da miséria.”

A previsão é que o estaleiro fique pronto até dezembro de 2014, e a base naval, em 2017. O primeiro dos quatro submarinos regulares será entregue em 2017, e o de propulsão nuclear, em 2023. O orçamento previsto é de R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017. Apenas quatro países no mundo possuem a tecnologia de submarinos nucleares: China, EUA, Rússia, Inglaterra e França. 

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