Golpista sem máscara

Defesa de Bolsonaro pede ao STF acesso a depoimentos de ex-comandantes

Depoimento à Polícia Federal de ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes é visto como o que mais implica o ex-presidente com a trama golpista que queria impedir a posse de Lula

Marcello Casal Jr / Ag. Brasil
Marcello Casal Jr / Ag. Brasil
Bolsonaro: evidências de envolvimento em tentativa de golpe

São Paulo – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos dados à Polícia Federal (PF) pelos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior.

Os dois prestaram longos depoimentos aos investigadores. No caso de Freire Gomes, ele retornou de uma viagem à Espanha para depor à Polícia Federal na última sexta-feira (1º). Na ocasião ele passou mais de sete horas na sede da PF em Brasília, onde foi ouvido e respondeu a cerca de 250 perguntas sobre os dias finais de sua chefia no Exército, segundo pessoas próximas ao general.

Ambos foram ouvidos no âmbito do inquérito que apura uma trama golpista que teria se desenvolvido no núcleo do governo federal, durante a segunda metade de 2022, cujo objetivo seria impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito naquele ano.

Os advogados do ex-presidente pediram que os autos do processo sejam atualizados com os “termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas”. Além dos ex-comandantes, prestaram depoimento dezenas de investigados, incluindo militares que foram ministros no governo Bolsonaro.

O próprio Bolsonaro compareceu à PF para depor, mas exerceu o direito de ficar calado. A mesma atitude tiveram outros investigados, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica prestaram depoimento entre o fim de fevereiro e o início de março e foram ouvidos na condição de testemunhas. Até o momento a PF não os implicou na trama golpista.

O depoimento de Freire Gomes durou cerca de oito horas e permanece sob sigilo, sendo tido como um dos mais cruciais para desvendar o planejamento de um golpe de Estado.

As falas do ex-comandante do Exército seguem sob sigilo. Segundo as informações disponíveis, Freire Gomes se defendeu afirmando ter resistido à trama golpista e implicando Bolsonaro no planejamento de uma minuta de decreto sobre o golpe.

Com informações da Agência Brasil


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