LGBT

Daniela Mercury beija a companheira e rouba a cena no Congresso

Durante seminário sobre a questão LGBT, a cantora e a jornalista Malu Verçosa trocam beijos e são aplaudidas

Karina Zambrana/ MS

Beijo: não venham inventar que há uma maioria cristã, evangélica que apoia a violência. Isso não é verdade, diz Daniela

São Paulo – Ao participar hoje do 12º Seminário LGBT do Congresso Nacional, que discute até amanhã a questão do ódio às minorias, com o tema “Nossa vida [email protected][email protected] – A empatia é a verdadeira revolução”, a cantora Daniela Mercury afirmou que “o povo brasileiro não quer violência, que é “coisa de poucas pessoas”. “Isso é uma distorção. É uma questão política, de ação policial, de vigilância e de Justiça. Está acima de qualquer separação das tribos urbanas. Cada um pode pensar o que quiser. A gente vive num país livre, onde todo o mundo pode pensar diferentemente”, declarou.

O evento discute como não só a população LGBT, mas também os negros, as pessoas com deficiência, os estrangeiros e os mais pobres, além de outras minorias historicamente difamadas, são alvo de ódio e discriminação. Entre os assuntos que serão discutidos estão o monitoramento de redes sociais, crimes cibernéticos, bullying, injúria e difamação, liberdade de expressão e discursos de ódio, e o papel das famílias na promoção da tolerância e do respeito.

Karina Zambrana/ MS
Seminário discute como população LGBT, negros, pessoas com deficiência, estrangeiros e mais pobres são alvo de discriminação

Daniela também criticou a intolerância proveniente de pessoas religiosas. “Não venham inventar que há uma maioria cristã, evangélica que apoia a violência. Isso não é verdade. É um absurdo alguém achar que, por estar em uma religião, pode representar todas as outras e acirrar o ódio. A gente quer amor, gentileza, respeito, coragem.” Daniela Mercury assumiu recentemente uma relação homossexual com Malu Verçosa. Durante o discurso da deputada Erika Kokay (PT-DF), Daniela e Malu trocaram beijos e foram aplaudidas.

Segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), as manifestações de ódio, desrespeito e desconsideração nas redes sociais “projetam-se em ondas na realidade objetiva”. Segundo a parlamentar, o discurso das redes sociais compõe e produz a realidade. “Temos de analisar como o discurso da fobia de gênero produz uma violência que chega a níveis insuportáveis”, afirmou.

O foco do debate na tarde de hoje é a propagação do ódio pelas redes sociais. A deputada afirmou que o seminário foca o direito a existir e afirmar a identidade no âmbito da orientação sexual e de seus afetos. “Não é um direito que se contraponha a qualquer outro. Não é um direito que afete qualquer outro direito”, disse.

O seminário é realizado por três comissões da Câmara (Legislação Participativa; Cultura; e Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática) a pedido dos deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Glauber Braga (PSB-RJ), Janete Capiberibe (PSB-AP) e Luciana Santos (PCdoB-PE). O evento continuará nesta quinta-feira (21), com debates sobre agressão, injúria e difamação, pela manhã, e tolerância e respeito às diferenças à tarde.


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