Conselho de Ética decide abrir processo contra Demóstenes

Antonio Carlos Valadares vai presidir a reunião que pode abrir processo contra senador Demóstenes Torres (Foto: Waldemir Barreto/Ag.Senado) São Paulo – O presidente interino do Conselho de Ética do Senado, […]

Antonio Carlos Valadares vai presidir a reunião que pode abrir processo contra senador Demóstenes Torres (Foto: Waldemir Barreto/Ag.Senado)

São Paulo – O presidente interino do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), julgou procedente a abertura das investigações sobre o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o esquema de jogos ilícitos comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) foi escolhido hoje (10) para presidir o Conselho de Ética do Senado. A decisão foi tomada por acordo entre os líderes partidários. Sem presidente desde que o senador João Alberto (PMDB-MA) se licenciou, há sete meses, o Conselho de Ética volta aos trabalhos agora para analisar se processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

Valadares só tomou a decisão após consultar o plenário do conselho, que julgou regimental a sua iniciativa, uma vez que o PMDB ainda não indicou um titular para o cargo de presidente do conselho.

Pelo regimento interno da Casa, o presidente do Conselho é quem decide se abre o processo contra senadores. O parecer, no entanto, caberá ao relator, ainda a ser definido.

Experiência

Por ter a maior bancada na Casa, o PMDB tem a prerrogativa de indicar o presidente do Conselho de Ética, mas nenhum senador da legenda aceitou o cargo. Por isso, os parlamentares decidiram convidar o integrante mais velho do colegiado. Valadares tem 69 anos de idade.

Na semana passada, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) chegou a ser convidado para assumir o cargo de presidente, mas ontem (9) afirmou que, presidindo a Corregedoria do Senado, não poderia acumular o novo posto. O PT também chegou a indicar o senador Wellignton Dias (PI) para o cargo, mas o PMDB não aceitou.

Enquanto isso, na Câmara

Logo após o Conselho de Ética do Senado aceitar dar início à investigação sobre o caso, o presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com integrantes das duas casas, para apurar o esquema montado por Carlinhos Cachoeira.

Maia afirmou que irá debater o assunto com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).  “Vamos apostar na ideia da criação da CPMI. Não havendo esse entendimento, vamos instalar a CPI na Câmara ainda nesta semana”, disse.

Para o parlamentar, a CPMI serviria não só para averiguar a participação de parlamentares nos esquemas fraudulentos de Cachoeira, mas também “para investigar as relações desse cidadão com o mundo real do Brasil, que vai desde parlamentares, passando pelo Executivo e Judiciário e chega também à imprensa. Temos de investigar todas essas relações”, disse.

Será necessário o recolhimento de, no mínimo, 27 assinaturas de senadores e 171 na Câmara. O processo no Senado já foi iniciado e assim que concluído será iniciado o mesmo movimento na casa vizinha.

Com informações do Congresso em Foco e da Agência Brasil

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