Candidato a presidente

Com tom moralista e apelos à ‘confiança do povo’, PSDB oficializa Aécio

Em discurso, candidato tucano disse que pretende promover o “reencontro do Brasil”, mas priorizou tom apenas moralista e não apontou a trajetória

George Gianni/Divulgação PSDB

Peessedebistas usaram convenção para críticas ao PT, mas pouco falaram de propostas

São Paulo – Foi na capital paulista que Aécio Neves (PSDB-MG) teve confirmado o nome como candidato à Presidência da República nas eleições de outubro. Em convenção nacional realizada neste sábado (14), no Expo Center Norte, 447 dos 451 delegados aprovaram a candidatura, três votaram em branco e um nulo. A legenda não definiu o nome para a Vice-Presidência. Num discurso de 20 minutos, Aécio disse que pretende promover o “reencontro do Brasil”, fez críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff e elogiou a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Além disso, o peessedebista apelou a lembranças históricas. Ainda assim, priorizou tom apenas moralista e não conseguiu aprofundar questões ou apontar trajetórias para o citado “reencontro.”

“A minha responsabilidade, se já era grande, hoje é ainda maior. Se coube a JK [Juscelino Kubitschek], há 60 anos, permitir o reencontro do Brasil com desenvolvimento, coube a Tancredo [Neves], 30 anos depois, fazer o país se reencontrar com a democracia. Outros 30 anos se passaram, agora vamos conduzir o país à decência.”, disse.

Aécio criticou o governo em relação ao controle da inflação e recorreu ao artifício das denúncias generalizadas. “No lugar de um novo e prometido salto, perdemos o rumo. Inflação está de volta atrasando a agenda nacional. O Brasil não aceita mais o Estado cooptado e aparelhado. Quer o fim dos escândalos em série e corrupção endêmica. Por todo o território nacional, vemos um enorme cemitério de obras inacabadas”, acentuou.

O ex-governador de São Paulo e ex-ministro da Saúde, José Serra, feroz adversário de Aécio Neves dentro do próprio PSDB e candidato a presidente pela sigla em 2010, afirmou que a candidatura do mineiro à Presidência representa “as mudanças” que o Brasil deseja.

Em uma tentativa de aproximar o discurso tucano da população – dificuldade reconhecida por líderes do partido desde que se tornou oposição aos governos petistas no plano federal, em 2003 – o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou em “ouvir a voz das ruas” e “ganhar a confiança da população”. “É preciso ouvir a voz das ruas que clamam por mudança. Aécio sabe ouvir a população, sabe atrair as pessoas, pois sentem confiança nele. Nós precisamos ganhar a confiança do povo que quer um futuro diferente”, apontou.

Com informações da Agência Brasil