Candidato do PMDB é eleito governador do Distrito Federal

Rogério Rosso fez parte do governo do cassado José Roberto Arruda e vai chefiar o executivo do DF até 31 de dezembro

O novo governador do DF, Rogério Rosso, durante eleição indireta na Câmara Distrital. Foto Roosewelt Pinheiro/ABr

Brasília – Com 13 votos, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal (DF) e administrador de Ceilândia, Rogério Rosso (PMDB), foi escolhido novo governador do DF. A eleição, indireta, foi realizada na Câmara Distrital, no sábado (17). Ivelise Longhi, ex-administradora de Brasília, foi eleita vice-governadora.

A posse será nesta segunda-feira (19). Rosso, de 41 anos, vai cumprir um mandato-tampão até 31 de dezembro, substituindo José Roberto Arruda (sem partido), cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por infidelidade partidária. Arruda é acusado de chefiar um suposto esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

A sessão de escolha do novo governador do Distrito Federal começou com uma hora de atraso. Desde o início do dia, os candidatos e os deputados distritais fizeram diversas reuniões para tentar fechar acordo na votação.

Inicialmente, seis candidatos concorreriam mas, ainda no início da tarde, o candidato do PcdoB, Messias de Souza, saiu da disputa, alegando que era preciso juntar forças para “derrotar o esquema montado por Arruda”. Aguinaldo de Jesus, do PRB, também desistiu de concorrer, explicando, da tribuna do plenário, que vai continuar com seu mandato de deputado distrital.

As quatro chapas restantes tiveram direito de discursar da tribuna do plenário: cinco minutos para o candidato ao governo e três para o vice. Apenas o governador em exercício, Wilson Lima (PR), também candidato, abusou do prazo e falou por 16 minutos.

Tampão

Cinco meses depois das denúncias de corrupção que atingiram o Executivo e o Legislativo locais, Rogério Rosso (PMDB) assume o mandato-tampão, até 31 de dezembro.

A eleição de Rosso foi fruto de acordo entre os partidos. No início do dia, a expectativa era de um provável segundo turno entre Ibañez e Lima. Os deputados distritais deram 13 votos a Rosso. O ex-secretário de Educação, Antônio Ibañez (PT), recebeu seis votos, e Wilson Lima (PR), atual governador interino, quatro.

Na primeira coletiva como governador, Rosso disse que a prioridade agora é o corte de gastos. “Quero, na terça-feira, um estudo da Secretaria de Gestão sobre o número de cargos comissionados e de secretarias”, afirmou, acrescentando que pretende fazer uma reforma no Distrito Federal.

O novo governador disse também que quer mostrar à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal que não há necessidade da intervenção federal, pedida pelo procurador, Roberto Gurgel. “A intervenção é o pior para o Distrito Federal”, disse.

Deputados acusados de envolvimento no esquema de corrupção também participaram da eleição de sábado. Rogério Rosso afirmou não acreditar que esses votos tenham maculado o processo de escolha indireta do governador. “A votação não é de um deputado. E sim, da Casa”.

Tumulto

Enquanto deputados distritais fechavam acordos e faziam discursos no plenário da Câmara, do lado de fora manifestantes do movimento Fora Arruda protestavam contra a eleição. Segundo os ativistas, a Câmara Legislativa não tinha condições de escolher o novo governador, já que diversos deputados distritais são acusados de envolvimento no esquema de corrupção descoberto com a Operação Caixa de Pandora.

Os manifestantes tentaram invadir a Câmara Legislativa e foram contidos pela polícia. Houve confronto e duas pessoas foram presas. Um dos manifestantes teve de ser levado ao Hospital de Base com ferimentos na cabeça.

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