São Paulo – Chegou a hora dos sindicatos e movimentos mobilizarem a população para pressionar o Congresso Nacional a incluir a taxação dos super-ricos na segunda fase da reforma tributária. Para a campanha Tributar os Super-Ricos, o Brasil é uma espécie de “paraíso fiscal”, onde as altas rendas e grandes patrimônios praticamente não pagam impostos. Enquanto a classe média e os assalariados se sacrificam para bancar essa “festa da isenção”.

As mais de 70 organizações sociais que compõem a campanha destacam que os tributos são instrumentos essenciais de luta por um país mais justo. Em postagem nas redes sociais, apelam pela mobilização popular.

“Sindicatos e movimento popular precisam colocar a pauta da tributação como central nas lutas, porque é ali que se amplia o orçamento para o país financiar políticas públicas”, afirmam. “Se a população não se mexer para exigir tributação justa sobre a renda na segunda fase da reforma tributária, vai ficar como está”.

Reforma tributária para um Brasil socialmente justo

Assim, a campanha também ecoou os recados do economista estadunidense Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel em 2001. Em mensagem divulgada durante o seminário “Reforma Tributária para um Brasil Socialmente Justo”, nessa quinta-feira (28), ele afirmou que o movimento sindical precisa compreender como a justiça fiscal é “crucial” para o bem-estar social.

“Os ricos do Brasil não estão pagando a sua parte. Quem financia o bem comum é um sistema fiscal justo. Essas reformas são absolutamente essenciais, e os trabalhadores precisam compreender o quanto são importantes”, alertou o economista.

“O que Stiglitz está dizendo é que a taxação dos super-ricos no Brasil é um meio eficaz de combater as desigualdades imensas”, afirmou a personagem Niara. A menina negra, criada pelo cartunista Aroeira, simboliza a luta por justiça fiscal no país.