Clima de Copa

Governo apresenta superação de metas do milênio à mídia estrangeira

Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos aproveita reversão do pessimismo pré-Copa para mostrar à imprensa estrangeira resultados do país com as políticas inclusivas

Divulgação/Centro de Mídia

‘O que é mais importante do que ter menos crianças morrendo?’, questiona Marcelo Neri

São Paulo – O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, aproveitou a conjuntura favorável trazida pela “Copa das Copas” e o sucesso da realização da competição no Brasil para ilustrar com números e estatísticas os bons resultados das alcançados pelo país nos últimos anos.

Um dos principais dados apresentados por Neri em apresentação no Centro Aberto de Mídia, no Rio de Janeiro, ontem (26), sobre o crescimento inclusivo, diz respeito à redução da pobreza nos últimos anos no país. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU traçam como meta aos países a diminuição em 50% da extrema pobreza em 25 anos. Segundo a exposição do ministro, ela caiu 69% no Brasil desde 2002. “Ao invés de fazer 50% em 25 anos, fizemos quase 70% em dez. O lema principal do atual governo é superar a extrema pobreza”, disse Neri.

De acordo com o ministro, a renda dos 10% mais pobres no Brasil se expandiu 106% de 2003 a 2012. O dado é quatro vezes mais que os 27% do PIB per capita real.

O ministro rebateu críticas de alguns setores conservadores que apontam para uma economia estagnada, e também de parcelas à esquerda, que alegam que o governo Lula e Dilma não promoveram “mudanças estruturais” no país. “No nordeste, em dez anos, a mortalidade infantil caiu 58%. O que é mais estrutural do que isso? O que é mais importante do que ter menos crianças morrendo? Se eu quero ser o país do futuro, vou fazer inovação (tecnológica)?”, questionou. “Tem que fazer, e o Brasil tem agenda de inovação, de produtividade etc. Mas não podemos querer lançar foguetes se as crianças estão morrendo de disenteria.”

Os números mostram, de acordo com ele, que o Brasil passa por uma transformação. O índice de Gini caiu de 0,607 em 1990 para 0,594. De 2001 a 2012, a redução foi de 0,594 para 0,526, ou 0,068. Na última década, portanto, o índice caiu cinco vezes mais do que no período anterior. O índice de Gini vai de zero a 1 e quanto mais próximo de zero menor é a desigualdade social.

O ministro mencionou uma pesquisa internacional feita pelo Instituto Gallup em 134 países que apontam o brasileiro como um povo que atualmente dá uma nota bastante satisfatória para sua vida. Segundo o estudo, a pergunta “que nota você dá para sua vida”, no Brasil, deu uma média de 7,1 e o o país ficou em 14° lugar entre as 134 nações. Uma outra pergunta, sobre “felicidade futura”, que mede a expectativa das pessoas em relação a sua felicidade nos próximos cinco anos, o Brasil lidera o ranking entre todos os países, com nota média de 8,8.

Outro dado mostra que, em 2000, 41% dos municípios brasileiros tinha um índice de desenvolvimento humano (IDH) muito baixo. Em 2010, o número desses municípios caiu para apenas 0,6%.

Segundo Neri, embora o crescimento do PIB no ano passado não tenha sido expressivo (foi de 2,3%), “os mais pobres estão vivendo taxa de crescimento chinesas”.

O Brasil está crescendo e reduzindo a desigualdade ao mesmo tempo, o que é uma combinação rara que costuma acontecer em períodos muito específicos da história, como na Europa do pós-Segunda Guerra, apontou Neri.

A entrevista coletiva aproveitou o momento de reversão de pessimismo e de recuperação da imagem do país perante a imprensa internacional. Alimentados pelo mau humor da imprensa local, jornais estrangeiros vinham antecipando de fracassos a tragédias durante a realização da Copa do Mundo. Iniciada a competição, o jogo virou. Neri procurou alimentar essa tendência também fora do campo. Assista ao vídeo com a exposição completa do ministro:

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