"Situação trágica"

Boulos: ‘Hamas não representa o conjunto do povo palestino’

Na tribuna da Câmara, Boulos afirmou que “nada justifica” o assassinato de civis. E também criticou o governo extremista de Israel pelo histórico de violência contra os palestinos

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Boulos também criticou a extrema direita por tentar politizar o conflito

São Paulo – Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) se manifestou nesta terça-feira (10) sobre a guerra entre Hamas e Israel. O conflito que teve início após ataque do Hamas no último sábado (6), já causou milhares de vítimas fatais entre palestinos e israelenses. Boulos disse que “nada justifica” o assassinato de civis e se solidarizou com as famílias das vítimas dos dois lados do conflito.

Ele também reagiu às mentiras propagadas por bolsonaristas, que buscam associá-lo a um suposto apoio ao grupo palestino. Nesse sentido, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), dentre outros parlamentares, chegaram a compartilhar uma foto editada de um suposto encontro de Boulos com integrantes do Hamas, quando visitou a região em 2018.

“Diante da situação trágica que estamos acompanhando no Oriente Médio, queria me solidarizar com todos os familiares das vítimas dos ataques propagados pelo Hamas. Nada justifica o assassinato de civis inocentes”, disse Boulos, durante sessão na Câmara dos Deputados.

Por outro lado, ele também atribuiu responsabilidade ao governo de Israel pela crise na região. Ontem, por exemplo, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que estava “lutando contra animais”, ao justificar o bloqueio imposto à Gaza.

“Quero me solidarizar também com todas as vítimas dos ataques feitos pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que, com a sua atitude, de violência contra os palestinos, nos últimos anos e descumprimentos dos acordos internacionais, só agravou o conflito”, declarou Boulos.

Uso político

Por fim, ele criticou setores da extrema-direita brasileira por tentarem politizar o conflito. “Lamento muito que, num momento trágico como este, dramático, setores de extrema direita aqui no Brasil inventem fake news e trabalhem com mentiras, com finalidades eleitoreiras, querendo fazer associações absurdas, espúrias, entre a nossa atuação aqui e o Hamas”. O foco nesse momento, segundo ele, “precisa ser se solidarizar com todas as vítimas”. Nesse sentido, ele citou ainda os dois brasileiros que foram mortos no Sul de Israel.


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