GENOCÍDIO

Bolsonaro proíbe compra de vacina e acusa ministro de traidor

Presidente desautoriza compra de 46 milhões de doses da vacina desenvolvida pela China e ataca o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello: “Está querendo aparecer demais”

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro desautorizou, nesta quarta-feira (21), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a comprar 46 milhões de doses da Coronavac – vacina mais avançada contra a covid-19 –, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e que será produzida pelo Instituto Butantan, no Brasil.

Na terça (20), o ministro anunciou acordo com o estado de São Paulo para a compra. Pazuello disse que iria incorporar a vacina ao Programa Nacional de Imunização. Segundo o ministro da Saúde, a vacina do Butantan “será vacina do Brasil”.

Após ser questionado nas redes sociais sobre seu governo fazer um acordo “com a ditadura chinesa”, Bolsonaro negou a compra da vacina e escreveu: “Não será comprada. Qualquer coisa publicada, sem comprovação, vira traição”, disse, acusando o Pazuello de ser traidor.

A coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo, afirma que o atual ministro está na mira de Bolsonaro, assim como seus antecessores na pasta. Para o presidente, Pazuello está “querendo aparecer demais, está gostando dos holofotes, como o Mandetta” e “entrou num jogo político que só interessa ao Doria”.

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Vacina mais avançada

A vacina contra a covid-19, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, estará disponível ainda em dezembro deste ano, de acordo com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.

A expectativa é que 45 milhões de doses da vacina cheguem da China entre outubro e dezembro. Uma parte virá pronta para aplicação e o restante será finalizado no instituto. Só depois de completado o processo, em dezembro, estarão disponíveis para distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS).

O imunizante chinês está em ‘fase 3’ de testes clínicos e concluiu uma etapa com 9 mil voluntários, sem efeitos colaterais importantes. Os resultados devem ser apresentados até o fim de novembro. São Paulo já tem 61 milhões de doses garantidas para a população do estado.