Gabinete do ódio

Assédio bolsonarista nas redes sociais naufragou com eleição para presidência do Senado

Candidato da extrema direita dominou as menções nas redes, mas não conseguiu influenciar parlamentares. “Política se faz com política, e não com gritaria nas redes”, afirma analista

Tânia Rêgo / Ag. brasil
Tânia Rêgo / Ag. brasil
Rogério Marinho candidatou-se à presidência do Senado, mas a mobilização em favor da democracia falou mais alto

São Paulo – Ao fim do processo de eleição para a presidência do Senado nesta quarta-feira (1°), que reelegeu o constitucionalista Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e derrotou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), o analista de redes digitais Pedro Barciela postou um gráfico que mostra uma contradição entre a vitória de Pacheco e a quantidade de menções nas redes virtuais de seu adversário de extrema direita.

Apesar da derrota, Marinho dominou as citações nas redes, o que para o analista mostra que desta vez os esforços da máquina bolsonarista foram em vão. “Bolsonaristas acreditaram que política se fazia com ataques e gabinete do ódio. Hoje, descobrem que política se faz com política, e não com gritaria e assédio nas redes. Já os atores políticos centrais do antibolsonarismo fizeram o que deles se espera: política”, resumiu Barciela.

O candidato Rogério Marinho teve 72% das conexões das redes: sem efeito / Fonte: Pedro Barciela

“Mesmo com 72% de 1,3 milhão de conexões nas últimas 48 horas (que antecederam a votação no Senado), o bolsonarismo ainda busca calibrar – e entender – o papel das redes em um momento onde o movimento não é mais governo e não detém a máquina. Já os atores políticos centrais do antibolsonarismo (24%) não focaram nas redes sociais e no assédio, mas sim na política. Não se preocuparam em responder ao assédio bolsonarista. É importantíssimo que analistas políticos também se atenham a esse movimento”, destacou ainda.

Barciela considera que a ausência de lideranças políticas nas redes não é sinônimo de inércia nos bastidores. “Recalculemos a rota e ajustemos expectativas: os tempos são outros, e o assédio político nas redes não mais responde, necessariamente, a um bolsonarismo sem a máquina pública.”

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