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Dossiê detalha conexões por dentro da família de Arthur Lira

Coordenador do dossiê lançado pelo De Olho nos Ruralistas, Alceu Castilho falou com a Rede TVT sobre as informações detalhadas e inéditas que o documento traz à tona

(Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
(Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

São Paulo – O núcleo de pesquisas do De Olho nos Ruralistas lançou em novembro o dossiê Arthur, o Fazendeiro, sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O coordenador do relatório, Alceu Castilho, falou com o Seu Jornal, da Rede TVT, citando algumas das operações do deputado alagoano em seus redutos políticos.

O dossiê é resultado de seis meses de pesquisas a respeito das conexões agrárias e políticas das famílias Lira e Pereira, sobrenomes paterno e materno do presidente da Câmara. Com mais de 70 páginas, detalha a dimensão do império agropecuário de 115 fazendas distribuídas por 20 mil hectares. O documento cita histórico de violações de direitos humanos, invasão de terra indígena e despejo de camponeses.

Dom Grill

“Tem uma produção de gado, inclusive em terra indígena, que vai parar em um frigorífico que também pertence ao clã. O frigorífico se chama Dom Grill. Esse frigorífico patrocina cavalgadas, da família. As cavalgadas têm um fim eleitoral. Patrocina vaquejadas, leilões do próprio Arthur Lira, da empresa do Artur Lira e seus filhos. Essa carga produzida por esse frigorífico é vendida para as prefeituras administradas pelo próprio clã”, contou Alceu Castilho. “O dossiê é mais do que uma irregularidade ou outra. Busca identificar o sistema. Um sistema político comandado hoje pelo Artur Lira, antes pelo pai dele. Do lado Pereira, por parentes da mãe do Artur Lira. Ilustra uma espécie de coronelismo contemporâneo.”

Linha direta

O coordenador destaca que o trabalho resultou em informações inéditas. Uma delas diz respeito a consórcios intermunicipais comandado por Lira e sua turma. Cita dois, o Consórcio Intermunicipal do Agreste Alagoano, Conagrestre, e o Consórcio Intermunicipal do Sul de Alagoas, Conisul. “Fazem licitações passando pelo governo estadual e recebendo, segundo o próprio Artur Lira, verbas direto da união. Aprovadas pelo congresso, por orçamentos secretos ou não”, detalha, lembrando que esses consórcios intermunicipais não são nem prefeitura nem estado.


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