Redes sociais

Analista destaca Felipe Neto e André Janones como fundamentais no enfrentamento do bolsonarismo

Para Pedro Barciela, comprometimento do influencer e do deputado no combate às fake news teve papel que nem mesmo agências checagem conseguiram

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Para analista, Felipe Neto tem grande compreensão do funcionamento das redes sociais aplicado à política

São Paulo – O analista de redes sociais Pedro Barciela avalia que o debate da Globo evidenciou o que ele classifica como o “movimento mais importante deste segundo turno nas redes sociais”: a consolidação do influenciador Felipe Neto e do deputado André Janones no enfrentamento ao bolsonarismo. “Seja desmentindo fake news ou pautando o debate, os dois atores foram decisivos nessa reta final”, diz.

Segundo Barciela, “o comprometimento de @felipeneto no combate às fake news cumpre um papel que nem mesmo agências de fact checking (agências de checagem) conseguiram”. O analista destaca ainda não apenas o prestígio que o influencer colocou à disposição da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “mas também sua compreensão do funcionamento das redes sociais aplicado à política”.

No caso de Janones, de acordo com Barciela, a capacidade de atuação do deputado, “a depender da plataforma, sabendo como atuar no Twitter, mas também utilizando a mensagem correta no Facebook (por exemplo ao trazer o salário-mínimo), foram essenciais para pautar em diversos momentos o debate nas redes e fora dele”.

O analista destaca também o perfil @choquei, que, segundo ele, tem uma “impressionante capacidade de dialogar para além da polarização política”. De acordo com o estudo de Barciela, Felipe, Janones e @choquei lideraram o antibolsonarismo e seus 67% dos usuários durante o debate da Globo. O bolsonarismo ficou restrito a 29% dos usuários.

Consolidação do antibolsonarismo

Janones, Felipe Neto e @choquei lideraram o antibolsonarismo durante o debate da Globo

Barciela considera que, de maneira geral, observou-se uma evolução e consolidação do antibolsonarismo nos últimos dois anos, com o aparecimento de novos atores importantes “e papéis muito bem definidos na reta final”. “Já o bolsonarismo, por sua vez, apostou no mesmo modelo de atuação de 2018. Não funcionou.”

Pelos dados que têm sido levantados, a campanha de Lula aprendeu a utilizar as redes sociais. Segundo matéria do Valor Econômico desta sexta-feira (28), embora Bolsonaro se mantenha à frente em número de seguidores, “foi o petista que chegou à reta final do segundo turno com mais engajamento e maior percentual de menções positivas”.

De acordo com a nota do jornal, relatório da plataforma de monitoramento e gestão digital Torabit apontou que, em outubro, até ontem, Bolsonaro teve 32,3 milhões de menções, ante 32 milhões de Lula. Ao todo, 40,6% das menções a Bolsonaro foram negativas, contra 37,6% a Lula. O candidato do PT obteve 32,6% de menções positivas e Bolsonaro, 29,9%.

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