Quadrilha

Acusado de chefiar fraude diz que Kassab tinha ciência do esquema de corrupção

Em conversa gravada antes de ser preso, auditor fiscal da prefeitura também envolve Mauro Ricardo Costa, ex-secretário de Finanças ligado a José Serra (PSDB)

José Cruz/ABr

Kassab repudiou o que chamou de ‘tentativas sórdidas’ de envolver seu nome em suspeitas de irregularidades

São Paulo – O subsecretário da Receita na gestão Gilberto Kassab (PSD), Ronilson Bezerra Rodrigues, disse em telefonema gravado que o ex-prefeito e seu secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa (no cargo desde o governo José Serra, do PSDB), “tinham ciência” do esquema de corrupção que pode ter desviado até R$ 500 milhões dos cofres públicos, e que foi descoberto agora, na administração Fernando Haddad (PT). Os áudios foram divulgados ontem (7) pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

O telefonema foi gravado em 18 de setembro, com autorização da Justiça. Nele, Rodrigues reclama com a então chefe de gabinete da secretaria, Paula Nagamati, de estar sendo investigado. Naquele dia, a notícia da investigação havia sido publicada no Diário Oficial do Município.

“É um absurdo. Paula, tinha que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito que eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo”, afirma.

Rodrigues é um dos quatro servidores da Secretaria Municipal de Finanças presos na quarta-feira passada (30) em uma operação do Ministério Público Estadual e da Corregedoria Geral do Município (CGM), que constatou um esquema milionário de desvios de recursos do Imposto sobre Serviços (ISS).

Com dinheiro da propina, Rodrigues teria comprado pelo menos 11 apartamentos e escritórios em São Paulo, Minas e Rio, além de cabeças de gado para uma fazenda em Minas.

Em nota, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab repudiou o que chamou de “tentativas sórdidas” de envolver seu nome em suspeitas de irregularidades contra funcionários públicos municipais admitidos, há anos, por concurso. Ele ainda declarou que essa atitude tem o objetivo exclusivo de atingir a imagem e a honra dele.

O ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo Costa afirmou que as acusações são infundadas.

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