A ruralistas, Dilma afirma que crescimento sem desmatamento é possível

Presidenta lança Plano Agrícola 2012-13 com valor recorde para os grandes produtores e juros mais baixos nos custos de financiamento

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (27) a uma plateia de grandes produtores rurais que crescimento econômico e preservação ambiental não devem ser entendidos como fatores que não se somam. Ela citou dados dando conta de um aumento de 180% na produção com expansão de 32% na área cultivada. “O que mostra que o crescimento não é incompatível, era o melhor exemplo nosso, que o crescimento não é incompatível com a preservação ambiental. E eu acredito que, também, o fato de a nossa agricultura incorporar melhores práticas na área de agricultura de baixo carbono mostra também que nós somos um país nessa área especial”, disse.

O governo federal anunciou em Brasília montante recorde para médios e grandes produtores, com R$ 115,2 bilhões. Do total, R$ 86,9 bilhões vão financiar custeio e comercialização e R$ 28,2 bilhões para programas de investimentos. A taxa anual de juros caiu de 6,5% para 5,5%. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, calcula que os novos estímulos levarão o país à maior safra da história, de 170 milhões de toneladas.

No evento, a presidenta destacou o papel importante do Brasil no cenário agrícola mundial. “O governo brasileiro tem tido um grande empenho em colocar como prioridade a questão agrícola no Brasil. E nós não vemos nenhuma contradição entre o agronegócio e a política para a agricultura familiar para os médios e pequenos proprietários”, disse. Ainda não foi informado quanto estará disponível aos pequenos produtores via Ministério do Desenvolvimento Agrário, mas os recursos costumam ficar em um sexto do destinado aos médios e grandes. “Essa nova edição do Plano Safra, ela oferece, de fato, mais recursos com juros mais baixos, porque queremos que o produtor rural concentre sua energia na terra, na semente, na colheita e não no banco e na hipoteca. Queremos que o produtor rural seja capaz de adotar as melhores práticas e possa estar livre para produzir e prosperar”, acrescentou Dilma.

Ela voltou a citar os problemas econômicos provocados pela crise externa e afirmou que o nível de competitividade da agricultura nacional será capaz de superar as dificuldades. A queda na taxa de juros foi comemorada pela presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, recém-somada à base aliada do governo federal após deixar o DEM em direção ao PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Outrora crítica, agora a senadora por Tocantins comparece a eventos no Palácio do Planalto e elogia Dilma. “Esperamos por 20 anos por juros compatíveis com a nossa atividade produtiva.”

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