Entre os atuais deputados federais, 29 não têm suplentes dos seus partidos, aponta estudo

Polêmica está instalada desde o final do ano passado, quando o STF passou a conceder liminares determinando a posse na vaga de deputado licenciado de suplentes do mesmo partido, e […]

Polêmica está instalada desde o final do ano passado, quando o STF passou a conceder liminares determinando a posse na vaga de deputado licenciado de suplentes do mesmo partido, e não da coligação (Foto: Rodolfo Stuckert/Agência Câmara)

Brasília – Dados oficiais da última eleição demonstram que 29 deputados federais não têm suplentes do próprio partido, apenas da coligação. Assim, se for cumprida à risca a interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o suplente deve ser do mesmo partido, e não da coligação, esses deputados não podem deixar o cargo – a menos que a Justiça Eleitoral indique outros suplentes dos seus partidos, alterando o resultado da eleição.

Em quase todos os casos, os deputados da lista foram realmente os únicos candidatos escolhidos nas convenções de seus partidos. As únicas exceções são Sabino Castelo Branco (PTB-AM) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Nesses dois casos, os partidos até tentaram lançar outros concorrentes, mas eles tiveram suas candidaturas indeferidas pela Justiça Eleitoral.

Segundo o deputado João Bittar (DEM-MG), que fez o levantamento dos dados, essa situação se refere apenas à Câmara Federal. Ele questiona: “Imagina esta experiência multiplicada nas 27 assembleias legislativas e em todas as (5.565) câmaras municipais do País?” O parlamentar assumiu como suplente em vaga da coligação.

A polêmica está instalada desde o final do ano passado, quando o STF passou a conceder liminares determinando a posse na vaga de deputado licenciado de suplentes do mesmo partido, e não da coligação, o contrário do entendimento histórico da Câmara sobre o assunto.

Menos suplentes que titulares

Além desses 29 deputados sem suplentes da mesma legenda, há 18 deputados de partidos que têm menos suplentes que titulares. O PSB do Ceará, por exemplo, elegeu quatro deputados federais e apenas um suplente – os demais suplentes são de outros partidos da coligação. Nesse caso, se dois deputados se afastarem do cargo, o partido não terá suplente para substituí-los.

Em dois estados, o problema já é real. No Rio Grande do Norte, o deputado Betinho Rosado (DEM) assumiu uma secretaria e o DEM não tem suplente para substituí-lo. No lugar de Betinho Rosado, assumiu Rogério Marinho (PSDB-RN). O caso se repete em Goiás, com o deputado do PMN Armando Vergílio, que foi convidado para assumir uma secretaria. Ele ainda não se licenciou.

Levantamento da Secretaria-Geral da Mesa Diretora mostra ainda que, na legislatura passada, 123 suplentes de coligações foram convocados – 24% do total da Câmara (513 deputados).

Deputados sem suplentes

UFdeputadoPartido
ACPerpétua AlmeidaPCdoB
ACGladson Carneli PP
ALRosinha da Adefal PTdoB
AMRebecca Garcia PP
AMCarlos Souza PP
AMSabino Castelo Branco PTB
APEvandro Milhomem PCdoB
BADaniel Almeida PCdoB
BAEdson Pimenta PCdoB
BAAlice Portugal PCdoB
DFIzalci PR
DFRonaldo Fonseca PR
GOArmando Vergílio PMN
MSGiroto PR
PBAguinaldo Ribeiro PP
PEEduardo da Fonte PP
PERoberto Teixeira PP
PECarlos Eduardo Cadoca PSC
RNFelipe Maia DEM
RNBetinho Rosado DEM
RNFábio Faria PMN
RNJoão Maia PR
ROMauro Nazif PSB
SELaercio Oliveira PR
SEJosé Heleno PRB
SEValadares Filho PSB
TOAgnolin PDT
TOLázaro Botelho PP
TOLaurez Moreira PSB

Fonte:Agência Câmara de Notícias