testemunho

Empresário que atuou no ‘gabinete paralelo’ de Bolsonaro fala à CPI da Covid. Acompanhe

Já inserido na lista de investigados da CPI, empresário Carlos Wizard só comparece após senadores decidirem que usariam recurso da condução coercitiva caso não prestasse seu testemunho de forma espontânea

Washington Costa/Ministério da Economia
Washington Costa/Ministério da Economia
O empresário é apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro

São Paulo – Com o primeiro testemunho marcado para 17 de junho, quando não compareceu, o empresário Carlos Wizard Martins — apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e já inserido na lista dos primeiros 14 investigados da CPI — deve finalmente ser ouvido pela CPI nesta quarta-feira (30), após a votação de requerimentos na abertura dos trabalhos.

Um dos principais requerimentos que podem ser aprovados hoje é o de convocação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e acusado de ter exercido influência sobre o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin.

Acompanhe a sessão desta quarta

Ao saber que seria convocado pela comissão, o empresário tentou inicialmente ser ouvido por videoconferência, o que lhe foi negado. Apesar de ter obtido habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso para não responder a perguntas que o incriminassem, o empresário, que estaria nos Estados Unidos desde 30 de março, não se apresentou ao colegiado, o que o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), definiu à época como um desrespeito “não com a CPI, mas com o STF”.

Após os integrantes da CPI decidirem que, além do pedido de condução coercitiva autorizado pelo STF, eles acionariam a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para localizar Wizard, advogados do empresário procuraram os senadores e informaram que o cliente se apresentaria em data e hora agendadas pela comissão.

O empresário retornou ao Brasil nesta segunda-feira (28). A Justiça Federal em Campinas (SP) autorizou a retenção de seu passaporte, o que foi feito assim que ele desembarcou no Aeroporto de Viracopos (SP).


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A convocação de Wizard foi solicitada por meio de requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que julga ser essencial “esclarecer os detalhes de um ‘ministério paralelo da saúde’, responsável pelo aconselhamento extraoficial do governo federal com relação às medidas de enfrentamento da pandemia, incluindo a sugestão de utilização de medicamentos sem eficácia comprovada e o apoio a teorias como a da imunidade de rebanho”.

Já foram aprovados, inclusive, requerimentos para quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático e fiscal de Wizard.

Com informações da Agência Senado