2014

Dilma afirma que se preocupa em governar, e não com mudanças no quadro eleitoral

Presidenta afirma que são normais alterações como as trazidas pela aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva e diz que seu trabalho é pensar em governar 24 horas por dia

Roberto Stuckert Filho/Planalto

No Rio Grande do Sul, Dilma participou de inauguração de escola e de formatura de alunos do Pronatec

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff atenuou hoje (11) o impacto trazido ao cenário eleitoral de 2014 pela aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva. Em entrevista coletiva em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, ela afirmou que “todas as pessoas que forem concorrer” ao Palácio do Planalto têm “absoluta legitimidade para pleitear isso”, e evitou citações à dupla que disputará as eleições do ano que vem pelo PSB.

“A mim, atualmente, o que tem de me interessar é exercer, sem a menor condicionante ou nenhum adversativo, não pode ter mas, não pode ter porém, não pode ter entanto, não, contudo, eu tenho de exercer isso 24 horas por dia até aquele dia”, disse, acrescentando que não pode se preocupar com “oscilações conjunturais”.

Ela confirmou que este foi um dos temas tratados na conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes petistas em Brasília, ontem à noite. Dilma não entrou em detalhes sobre a conversa e evitou tecer comentários sobre o cenário eleitoral, afirmando que sua preocupação é tomar conta 24 horas ao dia da administração federal. “A minha principal estratégia, nos meus 4 anos, é cuidar do governo. Eu tenho não só obrigação moral, eu tenho obrigação política, obrigação ética e obrigação com meu povo”, argumentou. “Se eu ficar pensando na próxima eleição, eu acordo de manhã pensando na próxima eleição, almoço pensando na próxima eleição, e janto pensando na próxima eleição eu não governo. Eu não tenho de pensar na próxima eleição.”

A aliança entre Marina e Campos foi selada no último fim de semana, depois que a ex-senadora não conseguiu autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para criar a Rede Sustentabilidade, partido pelo qual disputaria as eleições. A ex-ministra do Meio Ambiente conversou com o presidente do PSB, oferecendo-se para ocupar a vice, mas, ao longo desta semana, uma série de declarações deixaram em aberto a cabeça de chapa. Além disso, a postura da política acreana tem irritado aliados do governador de Pernambuco, que entendem ser inadequado que ela imponha condições à política de alianças.