Presidente de Cuba propõe limite de dez anos para mandatos no país

(Foto:Lula Marques/Folhapress) Brasília – O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu no domingo (17) que o período de permanência em cargos públicos no país seja de, no máximo, dois mandatos […]

(Foto:Lula Marques/Folhapress)

Brasília – O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu no domingo (17) que o período de permanência em cargos públicos no país seja de, no máximo, dois mandatos de cinco anos. O atual presidente é irmão do ex-presidente e líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, que se manteve no poder por 32 anos. As informações são da BBC Brasil.

Em discurso durante Congresso do Partido Comunista Cubano, Raúl Castro disse que a liderança do partido precisa de uma “renovação sistemática” e deve se submeter a uma intensa autocrítica. Aos 79 anos, o presidente assumiu o poder em 2008, sucedendo o irmão Fidel. Juntos, eles já permaneceram 52 anos no poder.

A proposta de limitar o tempo de mandatos políticos na ilha é inédita no regime comunista cubano. A ideia completa uma série de mudanças que ocorrem desde o ano passado em Cuba. O objetivo é reduzir os gastos do Estado e incentivar, de forma limitada, a iniciativa privada.

Para Raúl Castro, o processo de atualização do modelo econômico cubano deve levar pelo menos cinco anos. Segundo ele, os sistemas de educação e saúde vão ser mantidos gratuitos, mas outros serviços na área social vão sofrer cortes  “racionalizados”. O presidente não detalhou esses cortes.
De acordo com o governo, 200 mil pessoas já se registraram para trabalhar como autônomas desde que as mudanças foram anunciadas, em outubro do ano passado. O número foi o dobro do que ocorre atualmente. Raúl Castro disse ainda que o caráter socialista do regime cubano era “irreversível”.

O congresso foi precedido de uma das maiores paradas militares vistas no país nos últimos anos. O desfile marcou o 50º aniversário da tentativa frustrada de invadir Cuba, com o apoio da CIA (o serviço secreto norte-americano), pela Baía dos Porcos.

Centenas de milhares de cubanos saíram às ruas em Havana para celebrar a data. A celebração é considerada pelas autoridades cubanas como um triunfo sobre os Estados Unidos. Desde fevereiro de 1962, o regime cubano está submetido a um embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos.

Edição: Fábio M. Michel