Dor e esperança

Mortos no terremoto na Turquia e Síria passam de 21 mil. Ajuda brasileira chega à região 

Terremoto ocorreu na madrugada de segunda (6), na Turquia, perto da fronteira com a Síria. De lá para cá, número de mortos quadruplicou. Agências de ajuda humanitária alertam o total de vítimas aumentará, especialmente na Síria

UNOCHA/Mohanad Zayat
UNOCHA/Mohanad Zayat
Os danos em Jandairis, na Síria, no norte da zona rural de Aleppo, após o terremoto na madrugada desta segunda (6)

São Paulo – O terremoto que atingiu a Turquia e a Síria na madrugada de segunda-feira (6) já causou a morte de pelo menos 21.719 pessoas nos dois países. De acordo com balanços fornecidos pelo governo turco nesta sexta-feira (10), estão confirmadas 18.342 vítimas fatais no país. A Síria soma outras 3.377 vidas perdidas. 

O Ministério da Saúde, do governo de Bashar-Al-Assad, informou 1.347 sírios mortos, segundo dado mais recente. Já os Capacetes Brancos, coletivo de socorristas voluntários que lideram os esforços de resgate nas zonas rebeldes, no noroeste do país, reportaram 2.030 mortos e ao menos 2.950 feridos. Em guerra civil desde 2011, a região é controlada pela oposição ao governo, o que dificulta a coleta de dados no país. Agências de ajuda humanitária alertam, porém, o que número de vítimas deve aumentar significativamente nos próximos dias, especialmente na Síria, devido ao elevado número de pessoas que continuam presas nos escombros. 

Somente na Turquia, o total de feridos é superior a 72 mil. Outros milhares estão desaparecidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta apontando que o número de vítimas pode chegar a 40 mil. Se confirmado, esse será o terremoto mais mortal na Turquia, ultrapassando o de 1939, quando 33 mil pessoas morreram pelas consequências de um sismo. 

Missão brasileira

Até o momento, o terremoto desta segunda já é o segundo mais letal, superando outra tragédia semelhante, ocorrida em 1999, que matou cerca de 17 mil pessoas. A Turquia é propensa ao fenômeno por estar em uma área de encontro de placas tectônicas. 

Governos e organizações internacionais enviaram equipes de resgate e médicos para atuar nos dois países. A ajuda humanitária brasileira chegou na noite desta quinta (9), uma equipe que conta com 42 pessoas – bombeiros, integrantes da Defesa Civil e profissionais da saúde, além de quatro cães farejadores.

A ajuda humanitária também inclui cerca de 10 toneladas de equipamentos para ajudar nas buscas e no socorro às vítimas. O grupo deve permanecer na Turquia por duas semanas . O grupo é especialista em salvamentos e já atuou em tragédias como em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, e Petrópolis, no Rio de Janeiro. 

O avião que leva a missão brasileira precisou, contudo, fazer uma escala não programada em Ancara, capital da Turquia. A aeronave deveria pousar em Adana, cidade mais ao sul da fronteira com a Síria, região do epicentro do terremoto. Mas precisou esperar na capital por conta do excesso de tráfego aéreo.

ONU na Síria 

Também nesta quinta (9), um comboio de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) chegou à Síria pela primeira vez desde os tremores. Um conjunto de seis caminhões atravessou a passagem de fronteira Bab Al Hawa, corredor de ajuda humanitária entre Turquia e Síria. De acordo com informações da CNN, os veículos levaram colchões, cobertores, lençóis de plástico, recipientes para água, utensílios de cozinha e kits de higiene.