Tragédia

Avião brasileiro traz 17 pessoas da Turquia neste domingo

Aeronave da FAB foi ao país euro-asiático levar ajuda humanitária. Mortos já são mais de 24 mil na Turquia e na Síria. Missão do Brasil atua no resgate de vítimas

UNOCHA/Mohanad Zayat
UNOCHA/Mohanad Zayat
O terremoto de magnitude 7.8, sucedido por mais de cem tremores secundários no sul da Turquia e no noroeste da Síria

São Paulo – Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deixa a Turquia rumo ao Brasil com 17 pessoas neste fim de semana. São nove brasileiros, dois turcos, três sírios, um egípcio e dois colombianos. A aeronave pousou no país para desembarcar uma equipe de ajuda humanitária em razão do terremoto registrado em cidades turcas e sírias na segunda-feira (6). O voo de volta ao Brasil deve durar cerca de 14 horas e o pouso está previsto para o início da madrugada deste domingo (12), no Rio de Janeiro.

O número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu áreas da Turquia e da Síria na última segunda-feira (6) já ultrapassa 24 mil. Os balanços oficiais mais recentes somam mais de 20,6 mil mortes na Turquia e mais de 3,5 mil na Síria.

O terremoto de magnitude 7.8, sucedido por mais de cem tremores secundários no sul da Turquia e no noroeste da Síria, já é o sétimo desastre natural mais mortal deste século. A tragédia supera o terremoto e o tsunami que abalaram o Japão em 2011.

Brasileiro chegou horas antes do terremoto

O professor brasileiro Guilherme Brito, de 22 anos, integra a lista de passageiros do avião da FAB que retornará da Turquia. Ele estava fazendo um intercâmbio na cidade de Adana quando o primeiro tremor aconteceu.

“Tinha acabado de chegar. Estava bem cansado, mas muito feliz. Jantei, fui dormir, e, por volta de 4h da manhã, senti tudo tremer”, disse. Pouco tempo depois, segundo ele, um segundo tremor, ainda mais forte, aconteceu. Já fora do dormitório, ele chegou a ver pelo menos três prédios caídos, mas muitos outros com rachaduras graves.

Fazia bastante frio na cidade no momento em que o terremoto aconteceu e muitas pessoas, segundo Guilherme, perderam a vida em meio aos escombros não somente por conta dos ferimentos, mas também por causa das baixas temperaturas. Ele disse que os termômetros marcavam em torno de 3 graus Celsius (°C), mas a sensação térmica era de -1°C.

“Começamos a andar pelas ruas com um amigo turco, e ele nos alertou para que não andássemos por ali porque havia risco de demolir, de cair. Acabei decidindo não ficar [na Turquia] justamente por isso. Minha ideia era ajudar, mas percebi que aquela zona ainda era de risco, embora não fosse uma área tão afetada. O medo começou a tomar conta”.

Missão humanitária

De acordo com o coordenador geral da missão brasileira na Turquia, Rafael Machado, o acampamento que vai abrigar militares pelas próximas duas semanas fica próximo ao aeroporto da capital, Ancara. Foram montados postos de comando e médicos e demais barracas e a equipe já efetuou buscas para resgate de corpos e de possíveis sobreviventes.

“Agora, com tudo instalado, nossas condições operacionais melhoram, temos mais perspectivas de responder rapidamente. Nossos cães também estão em campo, foram com as equipes, requisitados junto com equipamentos especiais que as equipes brasileiras possuem. É um novo cenário pra gente”, disse o coordenador.

Feridos são 80 mil e 1,5 milhão de pessoas estão desabrigadas

Neste sábado (11), o vice-presidente turco Fuat Oktay informou que 67 pessoas foram retiradas dos escombros na última 24 horas no país. Segundo ele, cerca de 80 mil estão recebendo atendimento hospitalar e 1,5 milhão estão desabrigados.

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No sul da Turquia, região do país mais atingida, 31 mil equipes de resgate se esforçam para resgatar sobreviventes, enquanto o número de feridos passa de 60 mil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 23 milhões de pessoas estejam “potencialmente expostas”. Dessas, 5 milhões estariam em situação de vulnerabilidade. A organização calcula que o número de mortos deve aumentar significativamente pela quantidade de prédios danificados, e diz que número pode chegar a 40 mil.

Com informações da Agência Brasil e g1