Itália

Equipes encontram mais corpos após naufrágio do barco em Lampedusa

Sobreviventes relatam que no barco, que partiu do norte da África em direção à costa europeia levava 518 pessoas; portanto pode haver ainda cerca de 250 corpos sob a água

Sobreviventes caminham para aeroporto de Lampedusa, para onde são levadas vítimas do naufrágio (Foto: Ettore Ferrari/EFE) <span></span>No pior desastre de refugiados no Mediterrâneo, 250 pessoas ainda estão desaparecidas (Foto: Lannino/EFE/EPA) <span></span>

Roma – A melhora do tempo e do estado do mar permitiu neste domingo (6) aos mergulhadores das forças de segurança italianas começarem a recuperar corpos das vítimas do naufrágio de um barco de imigrantes na quinta-feira passada em frente à ilha de Lampedusa.

O legista Pietro Bartolo informou aos veículos de comunicação italianos que foi possível resgatar mais corpos, embora por enquanto não se saiba o número exato, que se somarão aos 111 cadáveres recuperados até agora, já dispostos em caixões em um hangar da pequena ilha.

A ministra de Integração italiana, Cécile Kyenge, de origem congolesa, chegou hoje a Lampedusa para visitar os imigrantes hospedados no centro de apoio, que está lotado, e ver pessoalmente a situação da ilha após o naufrágio.

Em entrevista publicada hoje pelo diário milanês Corriere della Sera, Cécile afirma que a lei sobre imigração italiana não pode ser “punitiva” e anuncia sua intenção de elevar, em um primeiro momento a 16 mil e, depois, a 24 mil o número de camas nos centros de apoio a imigrantes, que atualmente é de 8 mil.

“As leis italianas precisam se adequar, pôr no centro de sua aplicação as pessoas e não a punição”, afirma a ministra, que aposta ainda em combater as máfias que organizam as travessias marítimas de imigrantes ilegais e revisar as normas sobre pedidos de asilo.

O resgate dos corpos aconteceu quando recomeçaram hoje as tarefas de busca submarina, que ficaram suspensas durante dois dias por causa das más condições meteorológicas e marinhas.

O mau tempo havia impedido que os mergulhadores da Guarda Litorânea e da Guarda di Finanza, dos bombeiros e da Marinha italiana continuassem o trabalho, que gora visa a resgatar o restante das 300 vítimas que se acredita que a tragédia tenha deixado – um desafio.

Os testemunhos dos 155 sobreviventes, que em breve serão levados a Roma, relatam que no barco, que partiu do norte da África em direção à costa europeia e que está no fundo do mar a 800 metros de Lampedusa, havia 518 pessoas, portanto pode haver ainda cerca de 250 corpos sob a água.