Cotado para suceder Bento XVI, dom Odilo Scherer celebra missa em Roma

Dom Odilo, na missa da igreja Sant’ Andrea Al Quirinale, em Roma (Foto: Mastrangelo Reino/Frame/Folhapress) Vaticano – Cotado para suceder o papa emérito Bento XVI, o arcebispo de São Paulo, […]

Dom Odilo, na missa da igreja Sant’ Andrea Al Quirinale, em Roma (Foto: Mastrangelo Reino/Frame/Folhapress)

Vaticano – Cotado para suceder o papa emérito Bento XVI, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, celebrou hoje (10) concorrida missa na Igreja de Sant’Andrea, um dos cartões postais de Roma. Falando em italiano, alemão e português, dom Odilo não mencionou o fato de ser apontado como um dos cardeais com chances de ser eleito papa, mas demonstrou simpatia e alegria. “Que maravilha. Veio muita gente hoje aqui”, disse ele, ao ver a igreja lotada.

Durante a celebração, o arcebispo homenageou o casal Maria e Carmine Perseguette, de 89 anos. O casal tem três filhos, quatro netos e três bisnetos e comemorou hoje 70 anos de casamento. Bem-humorado, dom Odilo abençoou os dois e disse: “Há 70 anos eu nem tinha nascido. Que belo, que lindo, que Deus abençoe essa família.”

O casal agradeceu. “Eu estou muito feliz hoje”, disse Maria Perseguette. “Sim. Também estou muito feliz”, ressaltou Carmine Perseguette.

Patrono da Igreja de Sant’Andrea, na qual celebrou a missa, dom Odilo falou na cerimônia sobre a importância da Quaresma e da Páscoa para os católicos. Ele destacou a importância do perdão verdadeiro, não apenas do individual, mas daquele que vem do interior de cada pessoa, além de lembrar que este é o período de busca da conciliação.

“Não basta só o perdão individual, é preciso pensar na humanidade, no perdão interior. É o perdão completo para se restituir a dignidade”, disse dom Odilo, ressaltando que a eleição do papa tem provocado um “grande interesse” pela Igreja Católica Apostólica Romana.

No momento da comunhão, dom Odilo e padres de várias nacionalidades entregaram a hóstia consagrada aos fiéis. Para receber a hóstia das mãos de um possível sucessor de Bento XVI, muitos fiéis enfrentaram uma grande fila.

A missa de dom Odilo foi acompanhada por jornalistas de todo o mundo. Sem reunião preparatória do conclave prevista para hoje (10), vários dos 158 cardeais presentes no Vaticano celebraram missas ao longo do dia em distintas igrejas de Roma.

Conclave 


A dois dias do Conclave, a organização da assembleia, que escolherá o papa, está praticamente concluída. Nas áreas próximas à Praça São Pedro, de onde será possível ver a fumaça branca, no caso de eleito o pontífice, e escura, quando não há ainda consenso, estão tomadas por equipes de reportagem de vários países. A chaminé e os fornos (nos quais serão queimados os votos dos cardeais) foram instalados ontem (9).

O Vaticano organizou salas de imprensa e atendimento para os jornalistas. Porém, os sistemas de sorteio epool (quando um veículo é responsável pela transmissão de imagens e informações para os demais) predominam. A equipe de imprensa do Vaticano, em geral, transmite informações em vários idiomas em tempo real.

O conclave está marcado para a tarde de terça-feira (12), quando 115 cardeais, dos quais cinco são brasileiros, estarão isolados do mundo para a eleição do papa. Os cardeais serão revistados antes da assembleia e ficarão reunidos, sem comunicação externa, inclusive telefones celulares, até a escolha do sucessor de Bento XVI.

Amanhã (11) está marcada a última reunião preliminar para o conclave. Os cardeais, eleitores e não eleitores, foram convocados para as 9h30. A reunião deve durar toda a manhã. Os religiosos participam de uma celebração, há espaços para intervenções que, em geral, variam de 15 a 20 pessoas que falam por cerca de 30 minutos.

O tema da reunião não é antecipado, mas nas últimas congregações (reuniões preliminares) predominaram as questões sobre o futuro da Igreja Católica Apostólica Romana e o seu papel no mundo. Mas o perfil do papa eleito e o conclave são os principais temas presentes em todos os debates.

Ao final da reuniões, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, concede uma entrevista coletiva, na qual responde a perguntas dos jornalistas e faz um balanço sobre o que foi discutido pelos cardeais.