guerra e nova ordem

China afirma que quer ‘levar relações com a Rússia a um nível mais alto na nova era’

Após reunião na província chinesa de Anhui, chanceleres concluem que ambos os países resistiram ao “teste de mudança no cenário internacional”

Sputnik / Sergei Karpukhin / POOL
Sputnik / Sergei Karpukhin / POOL
Russos e ucranianos debateram as posições de ambos os países em Istambul na terça-feira

São Paulo – Depois de reunião entre os ministros das Relações Exteriores da China e da Rússia nesta quinta-feira (30), o chanceler chinês afirmou que as relações dos dois países “resistiram ao novo teste de mudança no cenário internacional”. “A China está pronta para trabalhar com a Rússia para levar as relações China-Rússia a um nível mais alto na nova era”, disse Wang Yi, após o encontro com o colega Sergei Lavrov, na província de Anhui. As informações são da CNN Brasil.

“A questão ucraniana tem uma história bem complexa: ela não é apenas o resultado das contradições acumuladas por muitos anos na questão da segurança europeia, mas também da mentalidade (herdada) da Guerra Fria e do confronto entre diversos blocos”, acrescentou Wang Yi.

Por sua vez, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estarão no centro de uma nova ordem mundial. O site Sputnik Brasil, que divulgou a informação, não deu mais detalhes.

Posição inalterada na guerra

Vladimir Medinsky,  chefe da delegação russa em Anhui e assessor do presidente Vladimir Putin, afirmou que a posição de Moscou sobre as principais questões envolvendo o conflito com a Ucrânia não mudou. “Quero enfatizar que a posição de princípio da nossa parte em relação à Crimeia e ao Donbass permanece inalterada”, disse, ao canal de TV russo Rossiya 24. Medinsky. De acordo com ele, a Ucrânia concordou com as principais exigências da Rússia de não aderir à Otan e não implantar bases militares em seu território.

Ontem, os ucranianos apresentaram por escrito os princípios de um eventual futuro acordo. Estão no documento a renúncia às armas nucleares e à posse, aquisição e desenvolvimento de outras armas de destruição em massa e a concordância com a não instituição de bases militares e contingentes militares estrangeiros. “Ou seja, a Ucrânia declarou a sua prontidão para cumprir os requisitos de princípio em que a Rússia tem insistido durante os últimos anos”, afirmou Medinsky.

O negociador de Moscou enfatizou que todas as exigências foram ignoradas pelo Ocidente durante anos e que “a Otan criou uma base avançada antirrussa” na Ucrânia, declarou Medinsky. Segundo ele, se as exigências forem cumpridas, a ameaça de estabelecimento de uma base avançada da Otan no território da Ucrânia será eliminada.

Cautela

Entretanto, o secretário de imprensa do Kremlin, Dmitri Peskov, foi mais cauteloso. Disse que, no momento, não se pode informar sobre algum avanço. “Há muito trabalho a ser feito”, declarou, apesar de considerar positivo que o lado ucraniano tenha começado a formular concretamente suas propostas no papel. “Quanto ao resto até agora, vamos colocar desta forma: não podemos falar de nada promissor, de progresso algum”, acrescentou.