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Brasil volta a participar de processo de paz na Colômbia

Itamaraty classificou o diálogo entre o governo colombiano e o último grupo guerrilheiro ativo no país como “fundamental” para todo o continente e o mundo

Tania Rego/Agência Brasil
Tania Rego/Agência Brasil
Gustavo Petro, que contou com apoio de Lula, retomou diálogo com grupo guerrilheiro no ano passado

São Paulo – O Ministério das Relações Exteriores anunciou nesta segunda-feira (6) que o Brasil aceitou o convite para retomar sua participação no processo de paz na Colômbia. Assim, o país vai participar como um dos mediadores da mesa de diálogo formada entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Trata-se da última guerrilha ativa no país, após o acordo de paz entre as autoridades colombianas e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016. De lá para cá, as Farc se tornaram um partido político – o Comuns – e passaram a atuar de forma institucional, abandonando as armas.

 “O Governo brasileiro transmitiu ao Governo colombiano sua aceitação do convite para retomar a participação, como país garantidor, na Mesa de Diálogos de Paz entre o Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN)”, disse o Itamaraty em nota.

Chile e México também foram convidados a integrar o esforço de paz. Assim como o Brasil, o governo mexicano já aceitou o convite da Colômbia. Além disso, Venezuela, Cuba e Noruega também participam dos diálogos entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro. Em 2019, durante o governo do direitista Iván Duque, o governo colombiano suspendeu o diálogo com o ELN. No entanto, após a eleição de Gustavo Petro, de esquerda, as partes retomaram as conversas de paz.

Paz total

Desse modo, o Itamaraty destacou a participação do Brasil até a interrupção das negociações. E diz que a retomada do diálogo é importante não apenas para a Colômbia, mas para toda a região e o mundo. Além disso, destaca que a retomada das conversas é uma das prioridades da política de “paz total” proposta por Petro durante a eleição. Durante a disputa eleitoral, o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o voto em Petro, como forma de fortalecer a democracia na Colômbia e ampliar a integração regional.

No mês passado, durante a 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, Lula afirmou que o Brasil estava de “de volta ao mundo”. Além da Argentina, ele também foi ao Uruguai. Todos esses movimentos indicam a disposição do governo brasileiro em promover o estreitamento de laços com os vizinhos da América Latina.