Brasil e México cobram retorno de Zelaya ao poder em Honduras

Zelaya foi retirado do poder por militares no dia 28 de junho e expulso do país, ele pretendia realizar uma consulta popular sobre a possibilidade de se reeleger

residente Lula recebe o presidente do México, Felipe Calderón, no Palácio Itamaraty (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Brasília – Brasil e México cobraram nesta segunda-feira (17) a volta do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, ao poder.

O golpe de Estado realizado em Honduras foi um dos temas abordados durante reunião realizada entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Felipe Calderón, que visita a capital brasileira.

Segundo fonte do governo brasileiro, o objetivo dos presidentes foi tentar evitar que o assunto caia no esquecimento.

“No imediato, a América Latina tem um desafio inadiável: contribuir para que a democracia em Honduras seja restaurada”, destacou Lula durante declaração conjunta dos dois presidentes à imprensa, no Itamaraty.

“Com esse propósito, México e Brasil tomaram posição firme a favor do retorno imediato e incondicional do presidente Zelaya a Tegucigalpa”, complementou.

“Não podemos tolerar nem transigir com atentados à ordem constitucional.”

Calderón também foi enfático. “Referendamos nossa exigência do restabelecimento da ordem constitucional nesse país, mediante o restabelecimento da presidência de Manuel Zelaya, presidente eleito pelos hondurenhos”, disse.

Zelaya foi retirado do poder por militares no dia 28 de junho e expulso do país, quando pretendia realizar uma consulta popular sobre a possibilidade de se reeleger. Seus opositores consideraram a iniciativa uma tentativa do então presidente de se perpetuar no poder e desrespeitar a Constituição do país.

Embora o golpe tenha sido condenado por todo o continente e organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), o governo de facto liderado pelo presidente Roberto Micheletti não cedeu às pressões crescentes para permitir o retorno de Zelaya.

Fonte: Reuters