em enniskillen

Ativistas protestam perto de reunião do G8, na Irlanda do Norte

Manifestantes reivindicaram aos líderes das nações mais industrializadas do planeta mais interesse por assuntos como a pobreza e contra o capitalismo

Enniskillen – Cerca de mil ativistas protestaram hoje (17) em Enniskillen, na Irlanda do Norte, contra a evasão e a fraude fiscal e reivindicaram maior atenção à luta contra a pobreza no mundo por parte dos países do G8, cujos líderes estão reunidos na cidade britânica.

Os manifestantes reivindicaram aos líderes das nações mais industrializadas do planeta (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá, Japão e Rússia) mais interesse por assuntos como a pobreza e contra o capitalismo.

Policiais formaram um cordão de segurança em torno do complexo hoteleiro de luxo onde o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, recebeu como anfitrião os demais chefes de Estado e de Governo do G8, e o protesto ocorreu sem incidentes graves.

Também houve protestos pelo elevado custo da organização da reunião, em torno de 60 milhões de euros. No entanto, o governo britânico, anfitrião desta cúpula do G8, defendeu essa despesa da operação de segurança para proteger os líderes do G8.

Segundo fontes do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI), por enquanto só houve duas detenções relacionadas à cúpula, uma delas em Belfast e a outra em Enniskillen, apesar de as forças de segurança não terem dado mais detalhes a respeito.

“A ameaça terrorista continua sendo severa. Todos sabemos que os dissidentes gostariam de cometer um ataque quando a imprensa de todo o mundo está na Irlanda do Norte”, afirmou Villiers.

Embora o custo final do dispositivo de segurança será detalhado depois da cúpula, se estima que pode ser mais alto do que o previsto.

Villiers considera que a região onde acontecerá a cúpula aproveitará os benefícios gerados por ela e disse que “não tem preço mostrar ao mundo a beleza da Irlanda do Norte”.

Além disso, a organização Oxfam denunciou que enquanto os líderes do G8 estão reunidos hoje e amanhã, cerca de US$ 2,2 bilhões terão saído de países em desenvolvimento com destino a paraísos fiscais, e uma porção de terrenos equivalente a metade de Manhattan, em Nova York, estará nas mãos de investidores estrangeiros.

A Oxfam pediu ao G8 que paralise esse tipo de operação e acabe com as brechas legais em tributação, já que prejudicam as comunidades mais vulneráveis que perdem suas casas e seus terrenos agrícolas, em muitas ocasiões sem obter compensações ou de forma violenta.

“O G8 deve mudar as regras de modo que nenhuma corporação ou um indivíduo rico evite pagar os impostos que lhe correspondem, e também evitar que companhia alguma possa ficar com as terras das famílias mais pobres sem enfrentar consequências”, declarou o diretor-executivo da Oxfam, Jim Clarken.