Contratos de comércio de gás com ‘países hostis’ serão paralisados se não forem pagos em rublos, anuncia Putin
“Ninguém nos dá nada de graça, e nós também não pretendemos fazer caridade”, disse Putin, que assinou decreto para regular o comércio
Publicado 31/03/2022 - 13h27
São Paulo – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (31) que assinou um decreto para normatizar o comércio do gás russo com os “países hostis”. Os contratos comerciais envolvendo o gás serão paralisados se o pagamento não for feito em rublos, a moeda russa. “Hoje assinei um decreto que estabelece as regras para o comércio do gás natural russo com os chamados Estados hostis”, disse o líder em reunião sobre a indústria da aviação.
O decreto de Putin diz respeito apenas ao fornecimento por gasodutos da empresa estatal russa Gazprom e se aplica a todos os contratos com empresas registradas em países “hostis”, indica o documento, que estipula o pagamento nessas condições em rublos.
“Ninguém nos dá nada de graça, e nós também não pretendemos fazer caridade. Ou seja, os contratos vigentes serão paralisados”, acrescentou. “O que está acontecendo – continuou –, o que já aconteceu: fornecemos aos consumidores europeus nossos recursos, neste caso, o gás, eles o receberam e nos pagaram em euros, que depois eles próprios congelaram. Neste aspecto há todos os motivos para acreditar que parte do gás entregue à Europa foi fornecido, de fato, de graça. Isso, claro, não pode continuar assim.” As informações são do Sputnik Brasil.
Já segundo o site RT, o departamento de análise de mercados bancários e financeiros do banco russo Promsvyazbank avalia que os países terão de criar reservas em rublos em suas economias domésticas se quiserem continuar comprando gás russo. “No caso de uma transição para pagamentos de gás em rublos, os países parceiros provavelmente criarão um certo fundo de reservas em rublos para facilitar os pagamentos”, disse.
Segundo seu Ministério da Defesa, a Rússia abateu 18 drones ucranianos nas últimas 24 horas. A aviação eliminou 52 alvos militares na Ucrânia, incluindo quatro postos de comando, um S-300 e um Buk-M1, além de dois lançadores múltiplos de foguetes, informou o MD segundo reportado pelo Sputnik.
Na diplomacia
No campo diplomático, a Turquia pode organizar encontro entre os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano, Sergei Lavrov e Dmitry Kuleba, respectivamente. O MD russo também informou que o país aceitará um encontro entre os chanceleres, mas que as negociações devem ter conteúdo prático.
Leia também:
Candidata a presidente dos EUA é detida em protesto pró-Palestina
Ucrânia ataca depósito de petróleo em território russo, acusa Moscou
Turquia: ‘Já declaramos posição de não aderir às sanções contra a Rússia’
Sem abrir mão de Donbass e Crimeia, Ucrânia faz proposta para paz com Rússia
