O Movimento Social Contra Abusos (Mosca) surgiu da indignação de jovens de Barueri contra o aumento abusivo da passagem de ônibus, que subiu de R$ 3,00 para R$ 3,30 no dia 3 de dezembro passado. Por meio da internet, o Movimento reuniu-se no Boulevard central e, no dia 7 de dezembro de 2012, carregando faixas de protesto, organizou uma Manifestação Contra o Aumento da Passagem, no Terminal Rodoferroviário de Barueri, quando conseguiu boa parte das 3.500 assinaturas no abaixo-assinado contra o aumento.

No dia 2 de janeiro, o Mosca foi à Prefeitura e protocolou duas solicitações: um encontro com o prefeito Gil Arantes (DEM) para o final do mês e cópias do contrato de concessão em que a Prefeitura dá exclusividade à empresa de ônibus Benfica BBTT. No dia 10, o Mosca deu mais um passo importante: reuniu-se com o deputado federal Carlos Zarattini (PT), criador do Bilhete Único em São Paulo, ocasião em que o deputado disse ao grupo que havia a possibilidade de aprovação no Senado do Bilhete Único Metropolitano e sugeriu que o movimento solicitasse a abertura da Planilha de Custo do Transporte, para avaliação do custo real da passagem, para saber se caberia subsídio ou se a empresa estava auferindo um lucro exorbitante, já que o quilômetro rodado em Barueri é menor do que em outras cidades. O deputado também aceitou o convite para participar com o Movimento da reunião com o prefeito de Barueri.

Mas não houve a reunião com o prefeito Gil, embora várias tentativas para agendá-la fossem feitas – por telefone e pessoalmente. A alegação para não marcá-la era a de que o prefeito acabara de assumir o cargo. Foi sugerido ao Mosca, então, que falasse com o chefe de gabinete e secretário de governo, Ivo Gobatto, em 24 de janeiro. Um coletivo do Mosca esteve então com o secretário, que atendeu bem o grupo, reforçou o programa de governo na questão do transporte e disse que havia intenção de implantar do Bilhete Único de 12 horas, que estava em estudo. Porém, quando o Mosca publicou em seu blog (movimentomosca.wordpress.com)  as informações da reunião, Ivo negou que falara sobre o Bilhete Único de 12 horas e tentou desqualificar o grupo.

No dia 8 de fevereiro, o Mosca participou de uma reunião com o Secretário de Transporte e Mobilidade Urbana de Baruerí, João Amâncio. Na reunião, o movimento apresentou suas reivindicações e solicitou uma planilha de custos do transporte municipal. Questionado sobre a implantação do Bilhete único, o secretário informou que ele será implantado em Baruerí, porém neste primeiro momento não estará integrado à CPTM. Ele se comprometeu a intermediar uma reunião com o prefeito, mas afirmou não poder fazer nada contra o aumento da tarifa e que a planilha de custos deve ser requisitada junto ao Ministério Público.

Em 13 de fevereiro, o Mosca conseguiu uma reunião no Ministério Público, com o promotor de Justiça Marcos Mendes Lyra. O promotor viu procedência nos pedidos do movimento e abriu um inquérito civil solicitando a cópia do contrato de concessão entre a prefeitura de Baruerí e a empresa de transporte Benfica BBTT, e a abertura da planilha de custo de Transporte dos municípios de Baruerí, Osasco, Carapicuíba, Santana do Parnaíba, Jandira e Itapevi.

Agora, o movimento aguarda a entrega das planilhas de custo da cidade de Baruerí e região para dar continuidade ao procedimento junto ao Ministério Público e às manifestações. Enquanto as planilhas não ficam prontas, o Mosca dá continuidade ao recolhimento de assinaturas, tenta angariar novos membros e estender novos núcleos do movimento para os municípios vizinhos.