São Paulo

Com votação acima das projeções em São Paulo, Padilha critica pesquisas eleitorais

Em terceiro lugar na votação em São Paulo, petista lembrou que a Rede Globo criou 'barreira' para cobrir campanha de candidatos com base em índices de pesquisas que erraram resultados

Paulo Pinto/ Analítica / Fotos Públicas

Alexandre Padilha disse que o PT fará uma oposição construtiva e será o fiscal número um do governo tucano no estado de São Paulo

São Paulo – O resultado parcial nas eleições para governador da Bahia, divulgado por um canal de notícias na TV por assinatura, despertou manifestações de espanto e alegria entre a militância do PT que acompanhava, na noite de hoje (5), em São Paulo, a apuração das eleições no Brasil. Até então, petistas ainda aguardavam a chegada do candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha, em um salão do Hotel Intercontinental, na região da avenida Paulista.

Outras manifestações de alegria vieram com a divulgação dos resultados em diversos estados. Palmas entusiásticas foram dedicadas às vitórias em primeiro turno para os governos do Maranhão, com Flavio Dino (do PCdoB, aliado histórico dos petistas), Wellington Dias, no Piauí, e, principalmente, com Fernando Pimentel, em Minas Gerais, estado que é um dos maiores redutos do PSDB no país e terra natal de Aécio Neves (PSDB), rival da presidenta Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. As vaias chegaram, no entanto, quando da divulgação da vitória definitiva de Geraldo Alckmin (PSDB) para o Palácio dos Bandeirantes, já no primeiro turno.

Pouco mais de meia hora depois de confirmada a vitória oficial do governador tucano, Padilha foi anunciado e recebido pelos correligionários de campanha. Ao lado da esposa Tássia Alves, do candidato a vice-governador, Nivaldo Santana, do prefeito paulistano Fernando Haddad e do presidente estadual do PT, Emídio de Souza, o ex-ministro da Saúde saudou a votação total, que lhe deu o terceiro lugar geral com 18,04% do eleitorado, ante as intenções de voto projetadas pelos institutos de pesquisas.

“Quero agradecer aos 4 milhões de brasileiros que acreditaram na nossa proposta de mudança para o estado, em circunstâncias adversas”, iniciou o petista. “Não vou dizer que tem má fé, mas algo tem que ser explicado. Por que toda vez os institutos de pesquisa dão seis, sete pontos percentuais a menos para os candidatos do PT no primeiro turno aqui no estado de São Paulo? Há algo nos institutos de pesquisas que não acompanham o voto do povo.”

Ele reclamou que as projeções que o colocavam com 8 a 10% dos votos acabaram influenciando para que a candidatura petista tivesse menos espaço nos meios de comunicação, em especial os telejornais da Rede Globo, que usou como justificativa a baixa intenção de voto no petista para se recusar a acompanhar o candidato em boa parte da campanha. “É importante lembrar que fiquei 30 dias fora da cobertura diária da agenda do principal canal de televisão por causa desse critério (da pesquisa eleitoral)”, criticou, pedindo que os institutos de pesquisa deem explicações sobre as previsões equivocadas e reavaliem seus procedimentos para que possam retratar a realidade de maneira mais fidedigna.

O candidato do PT destacou que foi o único a apresentar um programa de governo durante o pleito e considera que isso, aliado aos mais de 4 milhões de voto recebidos, credenciam o partido para ser “uma oposição construtiva, o fiscal número 1” do próximo governo Alckmin. “Seremos os fiscais número um nos próximos quatro anos no Estado de São Paulo e não vamos arredar um centímetro do papel que a população nos deu de ser oposição, oposição construtiva, que vai debater no conjunto das ideias.”

Padilha disse que não terá descanso nas próximas três semanas e prometeu trabalhar com muita dedicação para a reeleição da presidente Dilma. “O que está em jogo é o projeto que estamos construindo nas lutas populares, sindicais, nos movimentos populares, estudantis. Todos nós sabemos, inclusive nossos adversários, que colocamos o Brasil em outro patamar. E é em nome desse projeto que estaremos nos próximos 21 dias na ruas pedindo votos para a presidenta, transformando São Paulo em uma grande trincheira da campanha no segundo turno. Sou um soldado da reeleição da presidenta Dilma.”