Especulação

Neca Setúbal não sabe se mercado financeiro substituiu Aécio por Marina

'Eu não faço parte do mercado financeiro', diz coordenadora-geral da campanha da candidata do PSB à presidência da República e herdeira do banco Itaú

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Neca Setúbal, herdeira do Itaú, é coordenadora-geral da campanha de Marina Silva à presidência da República

São Paulo – Coordenadora-geral da campanha de Marina Silva à presidência da República, a herdeira do banco Itaú, Maria Alice Setúbal, a Neca, disse à RBA, no lançamento do programa de governo da candidata do PSB, ontem (29), que não pode dizer que o mercado financeiro já tenha descartado Aécio Neves (PSDB) em favor de Marina. “Não sei. Você tem que perguntar para o mercado financeiro. Eu não faço parte do mercado financeiro”, respondeu. Aécio era considerado o favorito do mercado até o episódio da morte de Eduardo Campos no último dia 13, quando seu avião caiu em Santos, litoral de São Paulo.

O mercado tem reagido positivamente à ascensão de Marina Silva nas pesquisas de intenção de voto. Dois dias após a morte de Campos, o Ibovespa fechou com alta de 2,12%. Neste mês, a Bovespa subiu 9,78%, maior alta mensal desde 2012.

Ontem, nota da agência Reuters informou, sobre nova alta da bolsa, de 1,65%, que, “em nota a clientes, o Itaú BBA disse que os negócios eram influenciados pelo PIB mais fraco do que o esperado, com investidores precificando que Dilma Rousseff (PT) pode perder votos com o desempenho pobre da economia”.

Em entrevista coletiva à imprensa na apresentação de seu plano de governo, Marina criticou a política econômica do governo Dilma, mas se comprometeu a manter o tripé da política macroeconômica (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário).

“Estamos vivendo um momento de falta de confiança e credibilidade. Se uma sinalização de que a credibilidade volta a ser recuperada, os investidores automaticamente sinalizam que estão dispostos a fazer os investimentos, desde que tenha um ambiente razoavelmente seguro para que esses investimentos possam acontecer”, analisou Marina Silva. Mas, segundo ela, “não basta ter uma sinalização, é preciso que tenhamos instrumentos, e por isso, nosso compromisso com o tripé da política macroeconômica”.

Questionada se já teria um nome para o Ministério da Fazenda, a exemplo de Aécio Neves, que já anunciou Armínio Fraga para a pasta, se for eleito, a candidata do PSB desconversou, mas deu pistas. “Temos uma equipe que tem nomes altamente relevantes, que vêm sendo representados pela pessoa do Eduardo Gianetti”, disse Marina. “Não temos necessidade de nomear o ministro da Fazenda antes de ser eleitos.”