Mobilização

Em ‘Nem que a vaca tussa’, Padilha critica Marina, Aécio e Alckmin

Sindicalistas e PT promovem movimento em todo o país por preservação de direitos trabalhistas e candidaturas de Dilma Rousseff e postulantes a governos estaduais

Nelson Antoine/Frame/Folhapress

“Nem que a Vaca Tussa”: Padilha ao lado de Vagner Freitas, da CUT, em caminhada no centro de São Paulo

São Paulo – Representantes de centrais sindicais realizaram hoje (26), em todo o Brasil, o movimento “Nem que a Vaca Tussa”, aberto em Brasília, pela manhã, pelo coordenador nacional de mobilização da CUT, Jacy Afonso, junto com a direção nacional da entidade em Brasília. A iniciativa uniu a militância do PT e das centrais pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff e dos candidatos do partido nos estados. O mote para a campanha foi dado pela própria Dilma, que, no último dia 17, ao comentar alusões dos adversários Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) a suposta flexibilização de direitos, se forem eleitos, declarou: “Eu não mudo direitos na legislação trabalhista. Férias, décimo-terceiro, FGTS, hora extra, isso não mudo nem que a vaca tussa”.

Em São Paulo, o candidato do PT ao governo do estado, Alexandre Padilha, disse que o crescimento da candidatura de Dilma e consequentemente o seu próprio no estado se deu a partir do momento em que se superou “o clima de comoção” no país e se passou a politizar o debate sobre questões centrais para o país. Nos bastidores, os petistas comentam que Padilha vem crescendo e pode atingir a marca histórica do partido no estado, entre 25% e 30%. Ele participou de caminhada no centro da cidade acompanhado de lideranças nacionais e estaduais do partido, dirigentes da CUT, UGT, Força Sindical e outras entidades.

“Construíram um clima de comoção no país para evitar que se debatessem os problemas de governo. Ninguém podia debater nada, qualquer debate falavam que é agressão”, afirmou, em referência à candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva. Ela tem respondido às críticas feitas pelos adversários a seus programas de governo com frases de cunho religioso e, segundo lideranças petistas, “se vitimizando”.

No domingo (21), em Manaus, por exemplo, Marina afirmou que não iria “cair em tentação” e responder às críticas. A vários adversários, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os irmãos Cid Gomes (governador do Ceará) e Ciro Gomes (ex-ministro da Integração Nacional e secretário de Saúde do Ceará), ambos do Pros, ela rebateu dizendo que faria sua campanha “oferecendo a outra face”.

Segundo Alexandre Padilha, as campanhas petistas cresceram quando, por exemplo, se começou a “falar do significado do que é a independência do BC”. Sem mencionar o nome de Marina, afirmou que a candidatura do PSB “tem compromisso só com o setor financeiro”.

O candidato disse apoiar as centrais sindicais contra propostas de flexibilização das regras da Consolidação das Leis do Trabalho, sugeridas em falas de adversários. “Quando alguém está falando de revisão da CLT está colocando em risco todos os direitos trabalhistas. O que os trabalhadores estão falando aqui é uma crítica clara a uma postura de candidatos à Presidência da República que falaram que iam fazer uma revisão na CLT. Isso é uma coisa que você sabe como começa e não sabe como termina.”

Em nota divulgada pela central sobre o “Nem que a Vaca Tussa”, o presidente da CUT, Vagner Freitas, defendeu que na reta final a militância ignore “as pesquisas e as matérias negativas da grande mídia” e lembrou a eleição ao governo de São Paulo em 1998, quando os institutos colocavam a petista Marta Suplicy sem chances de ir ao segundo turno contra o então favorito Paulo Maluf (PDS), estimulando o voto em Mário Covas (PSDB). “Quando as urnas foram abertas, a surpresa: mesmo com voto útil no tucano, ele teve 22,95% dos votos no primeiro turno contra 22,5% da Marta.”

Debate

Padilha afirmou em discurso que está “com sede” de discutir com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no debate de hoje à noite, na TV Record. “É uma grande oportunidade de discutir com o governador, que durante a campanha não aparece nos debates, faz ataques, acusações e nunca frente a frente.”

Alckmin faltou a dois debates na TV. No primeiro, entre os candidatos ao governo paulista, no dia 23 de agosto, na Band, e no dia 7 de setembro, na Rede TV. Com a ausência do governador, a emissora cancelou o evento.